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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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a adultizaçao das nossas crianças

Tri, 20.08.25

A Adultização das nossas crianças é algo que já me atormenta há muito tempo, mas que posso eu fazer para contornar e combater esse flagelo?! Limito-me a desabafar as minhas preocupações, a comentar com as minhas pessoas e a não ter redes sociais que perpetuam a podridão presente na sociedade.

Este fenómeno ocorre quando as crianças são expostas precocemente a comportamentos e conteúdos inadequados para as suas idades, exercendo um aceleração forçada no seu desenvolvimento, levando-as a ter comportamentos e atitudes típicas de adultos, como sexualização precoce.

Para os mais atentos, sabem que nos últimos dias, a exploração de crianças na internet gerou um debate intenso no Brasil após um vídeo feito por um influencer brasileiro, com milhões de seguidores, o Felca, que falou abertamente no tema; que expos pessoas e contas falsas, que denunciou o flagelo por detrás dos vídeos das nossas crianças.

Ele falou da realidade brasileira mas é aplicável a todas as nossas crianças.

Para além da sexualização premeditada de muitas crianças, porque há toda uma indústria paralela de pornografia infantil, há também o cuidado acrescido com simples e inocentes vídeos das nossas crianças, que publicamos porque são inofensivos, são fofos até, mas as mentes deturpadas conseguem olhar para a aula de Ballet da miúda com outros olhos, para as cambalhotas na praia com a prima com outros olhos, etc etc.

Para quem não sabe do que falo, deixo aqui o link para que possam ver o vídeo do Felca; o mesmo tem corrido Mundo e é bom que o tema não seja abafado até as diversas redes sociais fazerem alguma coisa relativamente ao algoritmo utilizado e à monetização dos vídeos.

Eu sinto-me impotente perante a dimensão do problema, mas sinto-me genuinamente contente por saber que quem tem impacto, usa a sua voz para o bem, que faz o papel de influencer, influenciando os seus seguidores para o bem; a repensarem o conteúdo que seguem, que publicam, que consomem.

Ainda bem que se está a falar no tema, para que todos possamos parar para pensar: Como estamos a educar as nossas crianças? Quem são, afinal, os seus modelos e exemplos? Qual a barreira da intimidade que não devemos ultrapassar? (sim, colocar fotos dos nossos meninos com um emoji na cara não serve de muito)

Nada disto é novo para mim, mas é uma luta que travo a uma escala muito mais reduzida, “chateando” constantemente a família e amigos para protegerem as suas crianças, não as expondo desnecessariamente nas redes sociais e não dando liberdade digital cedo de mais. É importante que se tome consciência que a internet é um território hostil, que expõe as crianças e jovens adolescentes a diversos riscos, como pressão estética, a influencia de terceiros que se sobrepõe ao seu espírito cítrico (ainda em desenvolvimento), comportamentos abusivos e, por vezes, auto-lesivos, etc.

Claro que os adultos estão sujeitos aos mesmo riscos mas pressupomos que tenham um maior espírito critico para fazerem as suas escolhem e capacidade de resistência para não se deixarem influenciar em demasia.

Vamos fazer a nossa parte com algumas ações:

- não incentivar a utilização do digital cedo de mais;

- quando permitirmos a utilização que seja de forma moderada, controlada e pouco tempo de cada vez;

- não expor as nossas crianças nas redes sociais, seja de que forma for;

- criar espaços de diálogo para que as crianças e jovens possam partilhar algum desconforto com algo que viram ou conversa que tiveram;

- acima de tudo, os adultos têm que ser o exemplo, por isso vamors largar o telemóvel e passar tempo juntos!

Esperemos por mudanças no algoritmo e nas regras das diversas redes para que algo possa, efetivamente, mudar; e que seja extensível a todo o mundo.

a era das imagens

Tri, 20.06.18

 

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Como já aqui disse, sempre gostei de escrever (e gosto!), dá-me um prazer incrível e nunca tinha sido meu propósito ter um blog, até que surgiu a ideia e criei este…mas foi ‘só porque sim’, não contava ‘ter seguidores’ ou ‘leitores assíduos’.

Era um escrever só por escrever e neste cantinho ia ‘depositando’ um pouco de mim.

 
Mais de um ano passado e constato que me dá um gozo fenomenal tê-lo, poder deixar um pouco de mim por aqui (apenas um pouco vá), abrir, por vezes, a alma, discutir assuntos interessantes, escrever um rol de disparates, reflexões e afins.

 

A vontade surgiu-me também porque sempre fui seguidora assídua de blogs, vários blogs, (alguns com décadas) e bastante interessantes que me deixavam mesmo empolgada por poder lê-los.

 

No entanto, atualmente vivemos na era da imagem, sinto que as pessoas já não estão para ler textos grandes, querem as imagens não as palavras. Querem absorver muita coisa e de forma rápida, têm pouca paciência e vontade de esperar pelas coisas, querem tudo no imediato, é a era dos youtubers. (não desfazendo no seu trabalho)

 

Por opção não tenho redes sociais (e não creio que tragam qualquer mais-valia para a minha vida em concreto) e discuto bastante este tema com amigos, porque a qualquer lado que se vá tem que ser registado e partilhado.

Quase ninguém está simplesmente num sítio, disfruta plenamente daquela refeição, companhia ou paisagem parece que tudo se torna completo apenas com a partilha com terceiros numa forma de afirmação.

 

Eu pessoalmente, nunca gostei de partilhar mais do que o que controlava. Mesmo, por aqui, partilho os pensamentos que me assolam a mente, partilho o que me vai na alma mas pouco sobre os meus problemas (também problemas todos temos que chegue na vida), mas a verdade é que me exponho, dou um pouco de mim, sem dúvida.

 

Esta exposição excessiva causa-me alguma ‘urticaria’, ou sou eu que não me estou a conseguir adaptar a estes tempos e acompanhar ou, de facto, está a ser um exagero. (aposto mais na segunda opção…eheh)

 

Deixo-vos o post da Carolina, que é exemplificativo disso mesmo, deste exagero que inclusive ‘já criou’ novas profissões.