Portugal o mais crítico dos Portugueses
Em que povo nos fomos tornando?
Num povo sombrio, triste e sempre à espera da desgraça alheia.
Na ‘santa festa da terrinha’ estamos sempre presentes e prontos para um pézinho de dança, mas somos sempre os mais críticos do alto da nossa vasta sabedoria sobre todos os temas existentes à face da Terra.
Porque razão somos nós os mais críticos de Portugal e dos portugueses?
Não é só o clima, a gastronomia, os monumentos, a segurança e a natureza. Temos muitas situações das quais nos devemos orgulhar. Mesmo muitas! E mesmo muitos portugueses fantásticos, que elevam o nosso país.
Marcas, empresas, pessoas com sucesso mundial e conhecidas em todos os ‘cantos’ do Mundo. E nós, em vez de aplaudirmos, exortarmos, ampliarmos, celebrarmos, só criticamos , maldizemos, é o ‘bota-abaixo’.
Porque razão são os estrangeiros, quer vivam cá ou fora, os primeiros a enaltecer as nossas qualidades e sucessos?
E são eles de facto, sem entenderem a nossa mente por vezes, que nos elogiam e divulgam o que de bom se faz em Portugal e pelos portugueses.
Isto tanto é válido para os produtos como para os feitos dos nossos portugueses de destaque por esse Mundo, ainda agora conquistámos medalhas de ouro e ainda assim consigo ouvir falar ‘menos bem’.
É o ‘efeito Cristiano Ronaldo’ que é o Melhor do Mundo, que luta, trabalha imenso, esforça-se, partilha as suas conquistas e mesmo fortuna com uma família unida a quem nunca deixou faltar nada e mesmo assim apenas se sabe dizer ‘nasceu com jeito’, ‘teve sorte na vida’, ‘se eu ganhasse o que ele ganha’... Ele lutou para estar onde está, fazer o que faz e ganhar o que ganha.
Enfim ...
No meio de tudo isto, aguardo o dia em que se comece a valorizar o trabalho, o empenho e a dedicação, em que se deixe de lado os gostos pessoais, em que se arrume a inveja e em que se deixe de procurar o deslize dos outros para valorizarmos a nossa vida.
Resta-me deixar os parabéns e agradecimento aos nossos atletas que têm brilhado este ano, pois na nossa estreia nos Jogos do Mediterrâneo arrecadámos 24 medalhas; o português Nelson Évora sagrou-se pela primeira vez campeão europeu do triplo salto e a Inês Henriques nos 50 km marcha.