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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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"A princesa que corria mais rápido"

Tri, 28.02.24

Se há coisa que mais me deixa feliz é poder sentir orgulho de quem me rodeia, é conseguir ficar feliz pelas conquistas e sucessos das minhas pessoas.

Confesso que em adolescente, tive fases de sentir inveja de alguns coelgas (isto fica para outras conversas, não sejam cuscos vá) mas a magia da vida é esta evolução, o crescimento que todos passamos, é o percecionarmos que não somos aos 25 a mesma pessoa que eramos aos 18 e que aos 30 também já somos e pensamos de forma diferente, e por aí adiante.

Com este crescimento vem a capacidade de sermos felizes pelo que nos rodeia, por tudo aquilo que não é nosso, mas que nos enche o coração.

Quando falamos sobre felicidade, costumamos recordar pessoas e situações, congelando um sorriso estampado no rosto que cremos que é extensível a quem nos está a ouvir. Mas nem sempre é.

Quantas vezes, partilharam notícias felizes para vocês e não viram o sorriso surgir no rosto do ouvinte? "Vou casar", "Mudei de emprego e estou muito realizada", "Estou grávida" ou, simplesmente, "Estou feliz e a vida corre-me bem."

A felicidade incomoda. (reflexão para outra altura, fica a nota)

Mas hoje eu tenho o sorriso estampado no rosto, sinto-me verdadeiramente feliz por uma grande amiga minha que foi, novamente, mãe e está a reencontrar-se e a fazer coisas que a completam e lhe fazem bem. Que orgulho ver os projetos dos nossos amigos nascerem e ganharem asas.

Escreveu um singelo livro infantil, embuida pelo espirito da maternidade e pelo amor que a rodeia, gostaria que o mundo fosse um local melhor para as suas crias e espera que esta história possa ajudar a contribuir para tal, ajudar a explicar o feminismo às crianças, ajudar a mudar consciências.

Assim, se tiverem crianças, deixo-vos a sugestão do livro "A princesa que corria mais rápido".

A princesa que corria mais rápido

Espero que desfrutem tanto como eu.  Boas leituras!

ainda bem que a minha mãe morreu

Tri, 15.01.24

Há pouco tempo, em conversa com um colega de trabalho, cuja história de vida daria para um enredo de uma novela, constatei o quanto os nossos traumas de infância, as contingências, o ambiente em que crescemos e nos desenvolvemos impactam totalmente o adulto que somos. (não que não soubesse, mas ver casos reais, mexe connosco…)

Fez-me lembrar de um livro que li o ano passado, “Ainda bem que a minha mãe morreu”, cujo título me afetou (cumprindo o objetivo de marketing) mas que, mais tarde, percebi que era assim mesmo apenas para causar polémica.

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Demorei algum tempo a pegar neste livro porque nunca gostei muito de aderir aos top’s de vendas, à literatura mais comercial e de quem todos falam. Não que não sejam livros merecedores, eventualmente, e que não tenham todo o mérito em serem extremamente falados, eu é que nunca fui de modas (nem na roupa) e sempre que muito se fala a expectativa também sobe em demasia e quando pegamos no livro, a desilusão pode ser excessiva simplesmente devido à expectativa.

Portanto, gosto de ler algumas obras, quando já ninguém se lembra delas. Não foi aqui o caso, este título inquietou-me e tive que lhe pegar.

Um testemunho real relatado pela própria Jennette McCurdy, atriz infantil de uma daquelas séries longas de Nickelodean, que têm sempre muito fama.

Dava vida à Sam de iCarly, uma maria-rapaz (isto ainda se pode dizer?) agressiva e engraçada. Só que ela não queria ser atriz. Ela odiava ser atriz. E isto era já suficientemente mau se a mãe não tivesse abusado dela de tantas outras maneiras.

Neste livro, ela consegue descrevê-lo de uma forma leve, até muito divertida, sem tirar a gravidade do assunto: ser colocada num sítio que não desejou, a viver um sonho que era o da sua mãe, que abusou psicologicamente dela, desvirtuando o seu corpo, causando distúrbios alimentares de forma consciente, mas com vista a um ‘bem maior’, na ótica da mãe.

Jennette relata na primeira pessoa, e com algum humor, os graves abusos maternos numa família disfuncional onde todos parecem não querer perceber o que se passa, ao mesmo tempo que uma jovem miúda sofre com o flagelo da anorexia, incentivada pela própria mãe, e da saúde mental, relatando na primeira pessoa a sua história com uma escrita simples, honesta e clara, sem grandes floreados nem figuras de estilo.

É um livro que nos deixa a pensar como é que uma mãe cria regimes alimentares, retira a liberdade da própria filha e faz uma forte pressão psicológica e física para que uma simples criança seja vista como um bem precioso no meio artístico; que vive anos a menosprezar as vontades da sua filha para que as imposições que lhe coloca sejam levadas a sério; que consegue ser a causadora da doença da filha…deixa-nos a pensar sobre quantas Jennettes não existem na indústria do audiovisual e, nos dias que correm, nas redes sociais...

Aceitarmos o que somos, quem somos, percebermos qual o nosso papel neste mundo, os nossos limites, o que nos acontece e o que esperam de nós já é difícil quanto baste quando aqueles que nos devem amar acima de tudo são um porto de abrigo, uma âncora a que nos podemos agarrar para manter a nossa sanidade e estabilidade; quanto mais quando aqueles que deveriam cuidar de nós, colocando-nos em primeiro lugar, aceitando o que somos, amando-nos são desequilibrados e vivem numa qualquer distopia narcisista onde procuram ser o sol na vida daqueles que trazem ao mundo.

O meu colega não teve uma mãe que lhe moldou a vida; teve uma mãe que o abandonou e um pai que tentou cuidar de tudo, e isso moldou-lhe a vida, moldou-lhe o rumo da juventude, obrigando-o a ser pai de irmãos e não saborear da proteçao paternal que todos deveriamos ter à partida...

Quantos dos nossos traumas, manias, vícios não são já uma herança familiar que carregamos de forma inconsciente? Quanto de nós não é moldado pela programação que trazemos e que, nem sempre, conseguimos controlar sem ajuda?

Não tenho por hábito partilhar por aqui a minha opinião sobre os livros que leio (apenas pequenos pensamentos que retiro de cada um), mas  recomendo a leitura do livro, mesmo que não queiram fazer qualquer reflexão. É simples e de leitura rápida, excelente para um domingo de chuva, embrulhados no sofá com uma mantinha e uma caneca de chá.

O Poder do Agora

Tri, 13.12.23

A magia dos livros, para além de nos permitirem viajar sem sair do lugar, é que sempre que os lemos e relemos em diferentes momentos da nossa vida, eles ressoam em nós de forma distinta. Por vezes, passam despercebidos, foram só mais um na lista, outras vezes permitem-nos atingir o clique que, sem termos consciência, precisávamos.

Aconteceu-me recentemente com o livro “O poder do agora” de Eckhart Tolle, que já tinha ligo há uns 5 anos, mas agora sim teve impacto. Como o próprio nome indicia, leva-nos a perceber (o que já todos sabemos na teoria, vá) que a vida deve ser apreciada no momento presente, no agora, não vivermos com a angústia do que já passou nem na ansiedade no incerto que o futuro nos pode trazer.

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Vou deixar-vos um pequeno resumo, pode ser que ressoe em mais alguém e que vos leve a procurar o livro.

  1. Ter Consciência do Momento Presente: Tolle destaca que muitos de nós vivem presos a uma incessante corrente de pensamentos sobre o passado e o futuro, perdendo assim a riqueza do presente. A consciência do momento atual é fundamental para romper com esse ciclo e experimentar a verdadeira plenitude da vida. Por exemplo, quando cozinhar ou fizer uma caminhada, esteja totalmente presente no momento, ao invés de estar a pensar na lista das compras.
  2. Identificação com o Ego: O autor explora como a identificação excessiva com o nosso ego, a voz narrativa da nossa mente, é a fonte de grande parte do sofrimento humano. Refere-se à tendência de nos associarmos excessivamente com o nosso pensamento e não com aquilo que somos mesmo. Por exemplo, numa dada situação em que cometemos um erro, ao invés de nos rotularmos como um ‘fracasso’ ou ’incompetente’, há que observar esse erro como uma experiência isolada, separando-o da identidade pessoal. Assim, ao reconhecer que somos mais do que nossos pensamentos, conseguimos transcender os padrões de pensamento que nos limitam, alcançando uma liberdade interior.
  3. Aceitação Incondicional: Enfatiza a importância de aceitar o presente exatamente como ele é, sem resistência, seja mais ou menos positivo. Assim, se estivermos a atravessar um desafio, há que aceitá-lo, perceber que lição podemos tirar disso, em vez que tentar ignorar.
  4. Desapego do Materialismo: O autor explora como a procura constante por realizações externas muitas vezes leva à insatisfação crónica. Assim, o contentamento, surge quando nos desapegamos das expectativas sociais e materiais, encontrando alegria no momento presente, nas pessoas que nos rodeiam, no ser e estar.
  5. Relação com a Dor: Implica distinguir entre a dor inevitável da vida e o sofrimento que criamos pela resistência à dor. Se enfrentar uma perda, permita-se sentir tristeza, sem alimentar a narrativa mental que prolonga o sofrimento.
  6. Presença nas Atividades Diárias: Ele destaca a importância de trazermos a atenção plena para as atividades diárias, como comer, caminhar e realizar tarefas quotidianas. Ao fazer isso, transformamos essas atividades em oportunidades para uma conexão mais profunda com o momento presente.
  7. Silêncio Interior e Meditação: Incentiva a prática regular do silêncio interior e da meditação como meio de transcender a mente incessante. Essas práticas ajudam a alcançar um estado de presença e calma, e não precisa de ser ‘nenhum bicho de sete cabeças’, pode ser tão simples como sentar-se em silêncio durante alguns minutos e concentre-se na sua respiração, na sua barriga, como sobe e desce.

"O Poder do Agora" é um guia prático para uma mudança profunda na maneira como vivemos. Ao incorporar as ideias-chave de Tolle, podemos transcender as limitações dos padrões de pensamento habituais, abrindo caminho para uma vida mais plena e significativa.

Podem soar a clichés, porque na verdade os clichés são verdades que ouvimos e repetimos, mas parece que fica difícil de colocar em prática. Quando começamos a assistir às mudanças na primeira pessoa, então aí todo o discurso muda.

uma segunda vida

Tri, 16.03.22

Em minha casa nunca houve desperdícios, a minha mãe então guardava sempre tudo, desde comida a “tralhas”.

Refilávamos sempre com ela por encher a arrecadação com “tralhas”, mas o certo é que todos lá íamos. Se eu, ou a minha irmã, tínhamos um qualquer trabalho da escola para fazer, lá íamos buscar materiais para reutilizar; peças de roupa para colocar uns apliques e dar uma nova vida; encontrar um casaco vintage que tinha sido dos seus tempos de juventude, etc.

E assim cresci a aprender a não deitar as coisas fora indiscriminadamente, a doar o que está bom, a guardar o que não está mas que pode ser reabilitado.

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Sou cada vez menos adepta de tralhas, mas continuo sem desperdiçar, guardo algumas coisas que creio que possam ser úteis, dou a maior parte delas e outras tantas vendo em 2ª mão nos diversos sites que hoje existem para esse efeito.

E é disso mesmo que vos quero falar, de darmos uma nova vida às coisas que nos foram úteis durante um tempo e que podem ganhar uma nova vida e serem proveitosas a outras pessoas. Sou muito apologista de vender e comprar em segunda mão, não só porque, coisas que já não utilizamos tanto, podem-se tornar uma ajuda para o mealheiro das férias; como são uma excelente opção ambiental e de redução do consumismo desenfreado em que vivemos.

Nestas minhas andanças, descobri um novo site (novo para mim pelo menos, vá) de compra e venda, exclusivamente, de livros usados. É uma pérola, encontram-se por lá algumas relíquias mas também imensos livros muito recentes que já foram lidos por alguém (e querem continuar a ser lidos) a preços simpáticos.

Também tem a opção de colocarmos um determinado livro em ‘procura’, algum exemplar que ainda não encontrámos por essas livrarias fora, para que quem o tenha saiba que encontra ali um potencial comprador.

Livros, é algo em que eu gasto o meu dinheiro regularmente, prefiro deixar de ir jantar fora para poder comprar livros, por exemplo, portanto este site passou a ser o meu 'novo melhor amigo'. Deixo aqui o link caso vos seja útil também: https://tradestories.pt/

E vocês que outros sites de vendas em segunda mão conhecem e usam? (não vale dizer o OLX, que já todos usamos, vá

oportunidades de literatura =)

Tri, 14.11.18

O processo de mudança de casa implica toda uma reorganização de coisas, de tempo, de pensamentos.

Descobrimos coisas "novas" dentro de casa (que na verdade já não nos lembravamos que existiam) e muitas outras que foram utéis e proveitosas nas nossas mãos mas que merecem novas vidas.

 

Assim, tenho uma série de livros para venda em muito bom estado e a preços simbólicos, caso se encontrem interessados. Variam entre os 3€ e os 10€.

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ai que prazer um livro receber

Tri, 24.08.17

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É dos maiores prazeres! Aquele primeiro impacto, o autoconhecimento, o julgares o livro pela capa (inevitável) antes mesmo até de lhe conheceres o prefácio, o criares alguma expectativa sobre a sua história.

É dos maiores prazeres! Recebê-lo e mimá-lo, cheirar o livro, folhear para sentir todas as páginas, sentir a espessura do papel, é todo um ritual.

E tantos livros passados, o ritual continua o mesmo, o prazer que dá continua o mesmo.

 

É certo que o que é relevante e marcante é, de facto, o seu conteúdo, as páginas de história e de vida que acabaram de chegar. É certo também que já não consigo ler compulsivamente como fazia (mais porque agora ando de carro e não de transportes, onde o tempo era tão bem esticado!), vou lendo e saboreando as páginas, já não as consigo devorar. Mas continuo apaixonada por livros, nunca saio de casa sem levar um comigo (huuum, se calhar se for a um casamento fica…não cabe na pochet...é só por isso vá) e carrego diariamente o peso da minha paixão, sem qualquer problema até porque sem ele sinto que me falta algo. (as ‘minhas’ más línguas diriam que me falta um tijolo na carteira)

 

É dos maiores prazeres receber um livro, novo ou não, comprado por mim ou não, é irrelevante pois quando o recebo, continuam a brilhar-me os olhos a cada livro que acrescento à minha vida, continuo a dar importância a cada pormenor, depois de o cheirar tiro sempre as etiquetas caso as tenha (sempre!), volto a cheirá-lo e guardo-o com um sorriso verdadeiro e cheio de carinho, como aqueles que só se dão aos amigos.

 

E é isso que os livros se tornaram na minha vida, amigos, cheios de vida e de pessoas que entravam pela minha vida adentro, com histórias mirabolantes que me faziam viajar sem sair do meu canto, que me passavam emoções, aprendizagem, momentos tão agradáveis como de sofrimento, vibrava com cada linha, sentia a história da personagem como se fosse minha.

 

Os livros são vivências mil e há tantos e tão bons escritores que nos conseguem transmitir isso. Ainda bem!

Continuo a gabar-lhes a arte, acho mesmo que são artistas, com simples palavras podem provocar em nós turbilhões de sentimentos, podem fazer-nos viajar e sonhar, são de facto artistas. As suas palavras conseguem provocar em nós uma qualquer emoção, boa ou má que seja, e não é isso que se pretende da arte, tocar as pessoas?!