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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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vamos lutar por um mundo melhor?

Tri, 26.06.17

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 A luta LGBT ainda faz correr muita tinta e ainda gera muita discussão, sem motivo algum porque isto é um não-motivo. A luta contra a descriminação e preconceito deve ser uma luta de todos, de todas as pessoas independentemente da sua orientação sexual.

 

Todos podemos e devemos ser o que bem quisermos e vivermos como e com quem quisermos, mas para integrarmos uma sociedade mais justa, igualitária e respeitadora para com todos é necessário combater e abolir todo e qualquer tipo de preconceito.

Mantermo-nos impávidos e serenos não é solução, a luta é de todos e é para bem dos nossos amigos, familiares, dos nossos filhos, não é necessário ser gay, lésbica ou trans para lutar contra a homofobia.

 

Devemos tomar uma posição e defendê-la, devemos nós próprios não julgar o que não há para julgar e impormo-nos quando assistimos a crimes de ódio no meio da rua ou de um qualquer evento.

 

Ler notícias como o caso de um pai e filho que foram espancados no meio da rua porque foram “confundidos” como um casal homossexual, faz-me questionar a liberdade, o país em que vivemos, a tolerância não praticada. Notícias destas eu não consigo conceber nem tolerar e é responsabilidade de todos lutarmos contra isto.

 

O que todos queremos, de alguma forma, na vida é ter alguém do nosso lado que nos respeite, que nos trate com carinho, alguém com quem possamos rir e chorar, com quem possamos partilhar conversas e sentimentos, alguém que nos faça rir e se ria das nossas palhaçadas, no fundo alguém que nos entenda e ame como somos; portanto o que interessa o sexo dessa pessoa se ela nos der tudo e estiver lá para nós? Devemos ser e estar com quem nos faz bem, amar quem nos ama; independentemente dos sexos, amar a pessoa ao nosso lado, isso sim é que é relevante!

 

A luta contra a LGBTfobia não é de facto uma luta exclusiva dessa comunidade; é uma luta de todos nós e deve ser cada vez mais uma preocupação de forma a lutarmos por um mundo livre e de respeito pelo próximo, e que tal permaneça para os nossos filhos para que tenham a sua própria liberdade. 

Vamo-nos empenhar por um mundo melhor?

o caminho

Tri, 20.04.17

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Período de ausência para recarregar baterias, para recomeçar o ano e voltar a encher o balão de boas energias, de paciência, tolerância, delicadeza, respeito, todos os valores necessários para um bom ano para ir esvaziando o balão calmamente.

 

Foi o momento da caminhada a Santiago de Compostela.

 

A caminhada é o despreendimento do supérfluo, do irrelevante, é o estarmos dispostos a novas experiências e a alinhar o coração, tornar a causa mais forte, tornarmo-nos mais fortes pelo que nos move.

O caminho muda-nos, molda-nos. Muitos o percorreram; mas só alguns o conquistaram como se conquista a vida, para sempre. Arremessamo-nos pelo caminho como quem luta pela própria vida; aprendemos a densidade dos sentimentos, a profundidade dos nossos pensamentos e o impacto que podem ter em nós.

 

Peregrinar não é simplesmente caminhar, pôr uma perna á frente da outra e andar apreciando a paisagem; peregrinar implica antes de mais partir, sairmos das nossas circunstâncias e comodidades, de desapegarmo-nos e separamo-nos para podermos andar. 

Ser peregrino é já por si só algo que nos marca, mas ser peregrino com “a minha gente”, com este meu grupo é algo que nos marca profundamente. Marca porque nos faz refletir sobre o nosso percurso, porque nos faz evoluir individualmente e em grupo, marca porque tudo acontece numa atmosfera de autêntica paz e harmonia e me faz relembrar todos os dias de quem quero ser, de onde quero estar, do que quero valorizar na vida.

 

Como tal, é crucial sentir o caminho, não apenas passar por ele.

 

Voltei, renovada e com o ‘balão’ cheio e esperando que a vossa Páscoa tenha sido docinha e recheada de amor.

o limite da tolerância

Tri, 02.03.17

maos dadas.jpgA tolerância é o ato de aceitação perante algo que não pode ou não se quer impedir.

 

Creio que é uma das premissas base para se viver em sociedade de forma a se aceitar o próximo; aceitar opiniões diversas e comportamentos tidos como diferentes.

Certo é que nunca pensamos todos da mesma forma, aliás nunca veremos a mesma verdade como facto único e imperativo; já dizia Gandhi “…nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos”.

 

Pessoalmente, considero-me uma pessoa tolerante nos diversos quadrantes da minha vida; tenho alguma paciência no trânsito, não sou de usar a buzina ou barafustar com outros condutores; aguardo calmamente a minha vez na fila do supermercado mesmo quando a senhora da frente demora 5 minutos só a procurar talões e cartões de desconto; com os colegas de trabalho evito descarregar frustrações; sou paciente com a família, amigos, etc.

Ainda assim, assisto a situações diariamente que tentam claramente pôr á prova o meu nível de tolerância, pois interferem com o respeito pelo próximo e revelam faltas de educação.

 

Quase atropelar um peão pelo simples facto de este decidir atravessar fora da passadeira, após uma curva, num local sem visibilidade e com toda a calma do mundo como se o semáforo (inexistente) estivesse verde… é algo que testa a minha tolerância.

 

Não entendo o risco a que se sujeitam (eu também sou peão e não o faço) e não entendo a imposição a que sujeitam o condutor, obrigando a que o mesmo ceda passagem num local onde não está previsto que tal aconteça.

 

Isto não é mais que falta de respeito, falta de respeito pelo condutor, pelo próximo; é um egocentrismo onde só o que queremos e achamos correto é que prevalece e temos que subjugar todos os que nos rodeiam a isso.

Passar onde não deve, colocando inclusive a própria vida em risco (sim que um carro não se trava num piscar de olhos), obrigando todos os outros a parar também onde não devem, não é porque “dá jeito passar ali” e a passadeira está longe, é unicamente falta de respeito.

 

Tenho receio que um dia haja limites para a tolerância, depois de tantas vezes abusada, e que o “próximo” condutor não pare e espere pacientemente …

o livre-arbítrio

Tri, 10.02.17

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 Nascemos com a opção de escolha, de decidir sobre algo em detrimento de outra opção e somos dessa forma livres.

Imaginamos desta forma o que é ser um ser humano e quais as suas características intrínsecas, imaginamos que cada pessoa, é de facto o realizador da sua própria história.

No entanto, tal só é possível quando temos de facto o privilégio da escolha… muitas pessoas não têm qualquer escolha.

 

Há imensas pessoas no mundo cujos percursos de vida são determinados por aquilo com que nasceram física e psicologicamente e pelas condições e seio familiar em que nasceram. Muitos milhões de pessoas encontram-se nas garras da pobreza, da fome, da doença, do desespero e, dessa forma, as suas opções e decisões são influenciadas por forças externas nem sempre possíveis de controlar.  

De uma forma utópica, muitas vezes pensamos que todas estas pessoas têm possibilidade de superarem estas adversidades, criamos a ilusão de que têm a capacidade de ultrapassarem as suas circunstâncias, mas a sua envolvência é muito forte para ser domada e nem sempre têm os meios para o fazerem.

 

Não obstante, acredito que com a oportunidade certa algumas dessas pessoas conseguiriam mudar o seu rumo e ultrapassar o seu meio envolvente, cabe-nos a nós, seres privilegiados com o poder de escolha, olhar em redor e dar a mão sempre que possível e dar a possibilidade de escolha a alguém que, provavelmente, não a teria noutras circunstâncias.