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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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Mais do que reduzir ao essencial... é VIVER mais o ESSENCIAL

Tri, 24.10.20

Nunca como agora tivemos tanto acesso às coisas, à informação e nunca como agora fomos tão impelidos a adquirir coisas que ‘supostamente’ nos vão fazer ‘sentir melhor’.

Tal leva muitas pessoas a questionarem-se e deixarem ‘entrar’, cada vez mais, o minimalismo nas suas vidas.

O Minimalismo tornou-se moda, no entanto, é muito mais do simples espaços brancos e imaculados com uma cadeira e uma planta. (parece que nunca ninguém vive lá, não é?)

A estética simples é deveras atrativa e ajuda em muito ao objetivo principal, pois se a casa está mais simples facilita a tua vida em tudo, mas o minimalismo não pode ser colocado assim numa caixa pois é muito mais do que isso.

Eu creio que o minimalismo é uma forma de vida, uma forma de chegar a um objetivo elevado: Viver mais o Essencial para cada um de nós.

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Ou seja, fazer o que gosto, estar com quero, sentir-me realizada enquanto pessoa todos os dias, dar a minha atenção plena ao que faço e às pessoas a quem dedico o meu tempo.

E isso é efetivamente diferente para cada um de nós, de acordo com o que ambicionamos. Daí não existir nenhuma fórmula mágica para este processo, apenas dicas de diferentes pessoas que podemos pegar como exemplo e ver se fazem sentido para nós.

Eu comecei a vida minimalista pelas roupas, a tentar reduzir ao mínimo indispensável para viver em vez de ter 2 armários de roupa; depois passei para o meu quarto, retirar bibelôs sem significado, lembranças de casamentos que só ganham pó, etc.; e daí percebi que poderia aplicar esta lógica a todas as áreas da minha vida.

E foi assim que simplificar se tornou quase um vício, pois podemos aplicar também às relações e à forma como gastamos o nosso tempo.

E convenhamos que não há nada de mais valioso que o nosso tempo, pois este vai encurtando e devemos valorizar e utilizar muito bem o nosso tempo, naquilo que queremos e gostamos. (vá, mesmo num trabalho que não gostamos, conseguimos ver as coisas positivas que o mesmo nos traz e valorizar isso mesmo, certo?)

E como disse no último texto, para valorizarmos mais o nosso tempo há que ‘retirar distrações’ do caminho, há que dizer mais vezes ‘Não’. (que é chato e não queremos desagradar ninguém)

Ou então, em vez de vivermos com o essencial, podemos conformar-nos e viver dentro dos padrões, com o que consideramos que é correto mas não nos apetece assim tanto, fazer o que achamos melhor em dada situação em vez daquilo que queremos efetivamente.

Assim, podemos manter-nos naquela relação que já não funciona, depois de várias tentativas; com um emprego que nos desmotiva e nos retira toda a energia; continuar com as constantes discussões com um familiar com quem não nos identificamos mas teimamos em socializar ‘porque tem de ser’ ou guardar aquele bibelô que recebemos no Natal e que não doamos só porque parece mal ou nos iriamos sentir mal com isso.

No final da nossa vida, quando já tivermos mais tempo livre, quando já formos obrigados a parar e tivermos muito tempo para pensar, vamos poder contemplar a nossa vida ..e será que nos vamos sentir mais felizes por termos guardado aquele bibelô? Será que vamos sentir-nos melhor por naquele Natal termos convidado o tio com quem não nos damos ao invés de convidar amigos do coração?

Ou podemos parar já! Refletir sobre a nossa vida e ir tomando as rédeas, ir implementando alguns hábitos saudáveis, ir mudando algumas coisas que nos encaminhem para onde queremos estar, fazer escolhas.

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 E, para tal, há que dizer não a algumas coisas e pessoas, talvez deixemos alguns grupos, alguns hobbies que já não

dão assim tanto prazer ou então não precisamos de fazer nada disso, se estivermos bem com o que temos!

É essa a magia do minimalismo, ninguém é obrigado a deitar nada fora, a viver numa casa sem móveis ou com poucos bens de forma a que caibam todos numa única mochila. Não, cada um deve apenas reduzir o que faz sentido para si e para o que quer da sua vida.

Por isso podemos ser minimalistas e ter mais que “meia dúzia” de peças de roupa, se isso é importante e faz sentido, podemos ter uma casa colorida (e não pálida), podemos ter a casa cheia de livros e mais do que 2 móveis na sala.

 O que devemos é focar-nos no essencial da vida e que são as pessoas. Os bens vêm por acréscimo servem para nos melhorar o conforto mas não devem ser o objetivo.

O meu destralhanço

Tri, 16.07.20

Ora isto depois de se inventar uma palavra pode-se fazer toda uma conjugação verbal com a mesma, não será verdade?!

O Priberam não reconhece destralhanço, não precisam de ir procurar que eu facilito-vos a vida, mas eu digo-vos o que é: diz a linguagem corrente que 'é o ato de deitar fora tralhas'. 

Na minha vida desfazer-me de coisas, literalmente, foi libertador, fez-me ganhar espaço, tempo, clareza. Libertei-me de coisas em casa e no meu escritório, aos poucos, com tempo, não foi uma mudança radical num só dia, mas o impacto foi muito positivo.

Só quando nos predispomos à mudança, quando decidimos começar a separar as coisas, a deitar fora, é que nos depararmos com a montanha de coisas que temos. No fundo já sabíamos que tínhamos muitas coisas mas ter a certeza e encararmos toda a tralha com números concretos é muito mais impactante.

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O problema é que, normalmente, as nossas coisas (vulgo tralha) estão todas arrumadas nos seus armários, logo não damos pela sua presença e vamos juntando mais peças e acumulando sem nos apercebermos disso.  Só quando iniciamos este processo é que percebemos a quantidade de coisas que ainda temos guardadas e que não vemos, não consultamos, não lemos há anos, que não vestimos nos últimos três anos (e que na verdade nunca mais voltaremos a vestir porque já não nos servem), enfim percebemos a importância e urgência de destralhar.

 

 

Como começar

Tri, 13.07.20

O minimalismo sente-se, diria eu. Interessa-se pelo assunto, pesquisa-se, estuda-se, implementa-se. Não há nenhuma regra, nem nenhum ponto por onde começar. (mas se está a ler este texto, creio que já tem algum interesse/curiosidade pelo assunto)

No entanto, diria que a grande maioria das pessoas começa por se desfazer dos bens materiais que tem a mais à sua volta, eu inclusive, o chamado destralhar (palavra inventada não sei por quem, mas que explica perfeitamente o que se pretende).

Todos nós acabamos por acumular alguma tralhar que nos rouba tempo, atrapalha o nosso dia-a-dia mas o nosso verbo chave é: simplificar.

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