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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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isto dos hábitos da pandemia

Tri, 24.05.23

Fui daquelas sonhadoras que acreditava sinceramente que o Mundo sairia melhor após esta provação. Mas bem, aprendi rapidamente que era apenas ingenuidade. (também vejo unicórnios a passar na minha janela, o que querem? Sonhar acordada dizem…)

 

Sinto que saímos pior, também fruto da vivência e sacríficos de todos, seja física seja mentalmente, mas “saímos” menos tolerantes, menos pacientes, menos respeitadores e mais irritáveis, mais reclamadores.

Assistimos a belas histórias de compaixão e respeito pelo próximo ao longo deste período, mas foram pequenos exemplos cor-de-rosa numa sociedade essencialmente tóxica. (é assim que se vai mantendo o equilíbrio, certo? Enquanto uns choram, outros vendem lenços)

Ainda assim, gostaria que tivessemos aprendido algumas coisas e que tivessemos saído desta pandemia com alguns novos hábitos, (lá está a sonhadora…), a título de exemplo:

- Podemos deixar de dar beijinhos a pessoas estranhas? É que podemos cumprimentar e ser cordeais sem ter que andar a lambuzar um auditório inteiro que não conhecemos de lado nenhum, ok?

- Será que é desta que as pessoas passam a lavar as mãos sempre que vão à casa de banho? É que a higiene está acima do covid. (pelo menos na minha escala de limpeza, vá)

- Manter algum distanciamento da pessoa que está à nossa frente na fila no supermercado. Não é por causa do vírus, não! É só porque todos precisamos de respirar e as nossas compras não precisam de ir para cima das do cliente da frente. Mais, escusam de ter pressa, a menina da caixa não vai fugir, vai atender-vos, prometo!

- Assumir que fato treino também consegue ser elegante e que não somos menos profissionais por não estarmos todos emperiquitados em cima de um salto alto

- Perceber que pessoas precisam de pessoas, e nós temos que desfrutar da companhia delas sempre que possível. Não é por mandarmos uma sms por semana, a picar o ponto, e termos aquele sentimento de ‘estou aqui, estou a preocupar-me’ que é suficiente, temos que fazer por estar, efetivamente, com as pessoas.

E é isto, o meu guia de salvação pós pandemia, espero que pegue e fique enraizado. Vou estar atenta a ver quem cumpre.  

no que nos estamos a tornar ...

Tri, 21.08.17

Ligamos a televisão nos dias que correm e, apesar de mudarmos de canal, as notícias são equivalentes em qualquer um deles; são homogéneas em toda a sua desgraça e destruição.

Apavora-me ver as notícias de hoje em dia, não um susto momentâneo, não um terror de não conseguir sair de casa, mas uma inquietação constante de não saber para onde caminha este mundo.

 

Tudo é tristeza, desgraça e destruição à nossa volta; incêndios que não cessam e incendiários que não são castigados, ataques terroristas quase diários e cada vez mais perto.

 

É um temor não saber o que será desta sociedade amanhã; não no aspeto económico-social relativo ao aumento da taxa de desemprego, aumento das rendas de casa devido ao crescendo de alojamentos locais e afins, da crise económica ou da poluição, não. Falo apenas da sociedade!

 

Esta sociedade que é a nossa e que tem como base a banalização da violência, tem como resposta a qualquer problema a falta de tolerância; esta sociedade que não cria resposta para os conflitos sem ser com novos conflitos.

Problemas estes que são transversais, desde os governantes, que deveriam dar algum exemplo, até aos cidadãos que não aceitam um ‘não’ como resposta sem que tal seja tido como uma afronta e tenha como resposta a violência imediata.

 

Temo o futuro da humanidade, pois assisto à sua destruição maciça: o homem a autodestruir-se.

 

É impossível sentirmo-nos indiferentes a tudo o que se tem passado.

Estamos cada vez mais impulsivos, menos racionais e a regredir em vez de evoluir; na verdade estamos a tornar-nos em verdadeiros animais da selva com a diferença fulcral de que não matamos para sobreviver, mas sim para nos fazermos valer.

 

O mundo está de facto virado do avesso, de uma forma que me deixa inquieta relativamente ao futuro e que me faz temer pelo mesmo e por todos os descentes que eu possa cá deixar. O que será o mundo para eles?

Estamos a evoluir no sentido contrário ao dos conhecimentos que adquirimos com o tempo. Evoluímos cada vez mais rapidamente para o egoísmo, para o egocentrismo, para a falta de tolerância e de respeito, para a falta de liberdade …

 

Ainda tenho esperança e acredito que podermos mudar e melhorar, mas até quando estes atos cruéis que saem impunes, até quando a corrupção sem consequências; para quando a esperança de um mundo melhor, de pessoas melhores?

 

Sei que diariamente devemos todos tentar fazer a nossa parte, pensar positivo, espalhar amor, proliferar a simpatia, paciência e tolerância …mas até quando?