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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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cães bebés...pequenos diabretes :)

Tri, 15.03.23

“Que bolinha de pêlo mais fofa”, “e aquela barriguinha rosa tão boa”, “que olhinhos de anjinho”…tudo verdade, mas há coisas que ninguém nos conta sobre cães bebés.

Desde sempre que somos imbuídos com estereótipos de cães bebés, nos filmes, anúncios e afins são sempre todos muito fofos, dormem muito, deixam fazer tudo e tirar fotos deliciosas, mas a verdade, nua e crua, é que são muito mais que isso.

E com tanta fofice, ninguém nos preparar para a dura realidade de ter, criar e educar um cachorro bebé.

Eles são mesmo umas bolas de pêlo muito fofas, com os rabinhos que não param de abanar, mas que exigem de nós muita paciência e dedicação para não ralhar indevidamente, ao invés disso, educar diariamente.

- Fazem xixi e cocó por todo o lado, até aprenderem, e não adianta acharmos que a casa agora cheira sempre mal, o processo é assim mesmo e não há como acelerar. (olha, acendam velas)

- Veem nas nossas mãos um excelente brinquedo para roer e coçar as gengivas, são macias e duras ao mesmo tempo e ainda se mexem, querem melhor?

- Eles já treinaram o desapego, portanto ajudam-nos as destralhar algumas coisas de casa. Roem e depois temos que deitar fora. (pena que acertam sempre nas coisas erradas)

- Sono de beleza?! Esqueçam esse conceito! Eles têm muitos pesadelos e choram durante a noite, pelo que deixaremos de ter noites sossegadas de descanso.

 - Fazem parte do clube das 5 da manhã e gostam de partilhar isso com o mundo “se eu já acordei, a casa inteira tem que acordar também. Quero fazer coisas!”

- Precisam encontrar ouro, petróleo ou apenas um osso perdido?! Eles são a solução! Adoram escavar todos os jardins.

- Sempre quiseram começar a correr mas ainda não tinham tido o incentivo certo?! Tcharan, chegou! Por vezes, dá-lhes ‘os 5 minutos’ e desatam a correr em círculos que nem loucos. A energia acumulada parece que nunca acaba. (Duracell, é aprender com estas pilhas!)

- Espaço pessoal? O que é isso? Eles não conhecem esse conceito, portanto deixamos de estar sozinhos, seja na cozinha, seja numa ida à casa de banho, eles estarão sempre atrás de nós, tal qual uma sombra.

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Mas viver o mundo através dos olhos de um cachorro passa a ser mágico e gratificante; ele entusiasma-se com uma folha seca que levanta voo do passeio com o vento, ele fica pasmado a ver um melro a saltitar no ‘seu’ jardim, ele pára simplesmente no meio do passeio durante 3 minutos a olhar para o mundo, para ver o que está a acontecer à sua volta: carros a passar, um cão no outro passeio, uma trotinete aqui ao lado, o carro do lixo a chegar. Tudo é motivo de interesse, excitação e curiosidade. Ele está a conhecer o mundo e nós a olharmos para o mundo de uma outra forma. Possui aquela energia única da curiosidade infinita, de querer “devorar” o mundo.

E depois de tanto ‘arco-íris’ chega o momento da educação…sim, os cães são muito inteligentes e aprendem tudo o que ensinarmos, mas tal implica muita dedicação e disciplina nossa e uma grande dose de paciência, seja para a repetição diária até ficar sabido, seja para a falha normal do animal. Diria até que, necessitamos de uma pitada de humor, por vezes, pois eles conseguem tropelias que nunca imaginámos: metem-se em buracos onde não cabem, querem pegar em objetos maiores que eles, e não têm força para tal, ou assustam-se com a mesma flor 5 vezes.

Sim, já me tinham dito que agora ia ser um terror, que eles têm muita energia e roem tudo em casa, no entanto esqueceram-se também de dizer que levam todo o meu orçamento. Ele é vacinas, é desparasitações, é brinquedos, é comidas premium para crescer sem doenças, é biscoitos, é taças, é camas e afins, é jogos interativos, é trelas e arnês, um sem fim de necessidades para me fazer gastar dinheiro todos os meses.

Mas claro que isso é apenas um dos lados, pois ter um animal na nossa vida é muito gratificante, é um amigo que está e vai estar
sempre ao nosso lado, que nos espera sem interesse, reconforta e acarinha, faz-nos
companhia e deixa-nos muito felizes.


A verdade é que, apesar do desgaste que me tem provocado esta fase inicial, que exige muito de mim, tenho aproveitado melhor a vida desde que tenho o Cookie comigo.

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Desde o desfrutar mais da natureza, porque ele “obriga-me” a fazer mais caminhadas; durante as nossas caminhadas páro mais para apreciar o céu estrelado ou o sol a nascer enquanto ouço os passarinhos; tornou-me mais paciente para a vida, de uma forma geral; ajudou-me a valorizar mais sentimentos deverás importantes na nossa vida: a disponibilidade e dedicação ao outro, o conceito de amizade; a responsabilidade. É ainda capaz de se moldar ao meu estado de espírito e de o alterar, deixar-me mais bem-disposta ou calma quando chego mais stressada ou nervosa e preocupada com algum problema.

Os meus dias também passaram a ser muito maiores, porque ele entre as 5 e 6 da manhã já tem a bateria carregada e está pronto para o mundo, portanto o conceito de ‘Domingo’ e ‘Dia de descanso’ desapareceu. Por outro lado, ajudou a reduzir a minha procrastinação, porque tenho-o como responsabilidade e prioridade; como tal, tenho que despachar certas coisas para lhe ir dar de comer, para irmos à rua, para brincarmos, portanto tenho mesmo que fazer o que tenho que fazer, no tempo certo, para não correr o risco de me atrasar e não estar lá para o Cookie.

Sempre fui defensora da causa dos animais, mas cada vez mais percebo como é grande a responsabilidade de o criar e educar, e como deve ser sempre muito bem pensada e ponderada a possibilidade de adotar um animal; tal implica disponibilizarmos tempo e recursos e darmos mais de nós.

Temos a obrigação de conhecer as características da espécie e sabermos ler o nosso cão, de o educar, de o amar durante toda a sua vida, de respeitar o animal, a sua natureza e condição animal; de respeitar as suas necessidades e hábitos.

Um cão não é um brinquedo e nunca deveria ser oferecido como tal. Dá muito trabalho e a sociedade devia ser mais consciencializada para esse facto, para reduzir as taxas de abandono.

o meu cookie

Tri, 24.01.23

A magia do amor, nas suas mais diversas formas continua a ser algo que me espanta.

Não deveria, não é? Deveria ser algo tão corriqueiro no nosso dia-a-dia que não nos chegaria a impressionar. Mas, infelizmente, não é.

Por vezes, parece que vivemos com palas nos olhos e muita coisa nos passa ao lado, então acreditamos que somos só desgraça, stress e chatices mas não, também somos carinho, alegria e amor. Há sempre um pouco de tudo na vida, e é assim que se consegue o equilíbrio.

No meu caso, adotei um cachorro há poucos meses … estava na rua, precisava de uma casa e carinho, fez-me olhinhos, comprou-me e não vi outra solução. Veio comigo para casa. (não havia outra opção, certo?!)

Apesar do grande desafio que tal acarreta (deixaremos isso para um outro post senão fico já com os nervos em franja) porque é um bébé só que com quatro patas, pelo que precisa de atenção, cuidados, noites mal dormidas, asneiras em casa, etc, é também um poço de amor.

É verdade, ouviram bem, não é só uma dependência, ou o tratar-te bem porque tu lhe dás comida, não, é o estar presente sempre, é o parecer que pressente quando estás mais em baixo e se vem enroscar em ti, é a sua forma de carinho. Está contigo sempre, quando estás ocupado ou quando estás encostado a ler, recebe-te sempre na maior felicidade mesmo que o seu dia tenha sido péssimo, uma seca sem nada para fazer.

E nunca mais estás sozinho na vida.

E ele é tão fofo que vocês nem imaginam.

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Além do impacto da sua existência na minha vida, que é bastante benéfico e ele nem tem essa noção (será que tem?).

“Obrigou-me” a adaptar rotinas, a definir prioridades, a aproveitar melhor o tempo para fazer tudo; “obrigou-me” inclusive a fazer exercício (sim que os passeios à rua não se fazem sozinhos)

É ele que me vai ajudar a não procrastinar tanto este ano. Juntos conseguimos.

É o meu cookie e já faz parte da família. Para algumas pessoas, tal afirmação é um absurdo, ainda olham para os animais tal como são, animais. No entanto, eles ocupam um lugar na família, nas comemorações, nas rotinas diárias, nos mimos distribuídos. Eles têm as suas necessidades integradas na família, dormem, tomam banho, têm horas para comer, para brincar, para estar em família e com a família.

E ele chegou há pouco tempo, arrebatou corações e faz parte da família, com toda a sua personalidade vincada e mimada. É um tipo de amor diferente, sabem? Mas que faz tão bem.

 Quem daí percebe este amor pelos animais?