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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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Minimalismo: mudar por dentro e por fora

Tri, 15.08.20

Como já disse, e é de conhecimento público, o Minimalismo é um conceito, que tem ganho cada vez mais adeptos na nossa sociedade, está efetivamente na moda. (ao menos é uma “moda” bem positiva)

Como todos os conceitos que são esmiuçados até à exaustão (posso falar muito posso, realmente...) pode parecer redutor o conceito, por vezes, ou o inverso e ser levado ao extremo por algumas pessoas, no entanto, o cerne da ideia é vivermos apenas com o que precisamos e nada mais e consumirmos de forma consciente e responsável. (pasmem-se: sim, podemos ser minimalistas e consumir!)   

Tendo presente a nossa consciência enquanto consumidores, creio que todos temos noção de que consumimos em excesso e que muito do que consumimos, na verdade não nos acrescenta, pelo contrário rouba-nos (tempo e dinheiro quanto mais não seja). Somos constantemente manipulados, não para perceber a necessidade daquela compra e se é efetivamente uma carência, mas sim para associar prazer à aquisição de algo, felicidade até.

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Um prazer que como todos sabemos é falso, é momentâneo e o problema aqui é a necessidade de mudarmos o nosso mindset, a nossa forma de pensar e de não nos deixarmos coagir por determinados testemunhos, publicidades e afins.  Porque a falsa sensação de satisfação e alegria quando adquirirmos algo vai, a dado momento, transformar-se em frustração e uma sensação de vazio.

Por isso devemos focar-nos no âmago da questão: o que é que me leva a querer comprar isto? Qual a sensação que espero obter quando tiver determinada comprar?

E, talvez seja, nesse momento que nos apercebemos que não é pela aquisição compulsiva de bens que determinada sensação desaparece (caso contrário não teríamos a constante vontade de ir às compras) e é aí que muda o mindset e devemos trabalhar no objetivo que queremos atingir, que queremos sentir e não refugiarmo-nos em compras.

Claro que se pode viver a vida nesse registo de comprar compulsivamente e encher a casa de coisas, (até porque o mundo não vai virar todo minimalista e, de repente, fecharem todas as fábricas para que não hajam mais bens de consumo) e há milhares de pessoas que o fazem sem questionarem as suas necessidades, os benefícios duradouros que essas compras podem trazer para a sua vida.

 

E tudo bem com isso! Só faz sentido lermos sobre qualquer assunto e aprofundar quando o mesmo se enquadra na nossa vida, quando faz sentido para nós e não apenas por modas porque, deixo já o aviso, não vai funcionar. (e seja isso ser minimalista, passar a ser desportista, ser um leitor diário, virar vegetariano, enfim, seja o que for…)

Assim, o minimalismo vem trazer à tona algo que parece quase invisível na azáfama da nossa vida atual: o Tempo.

O tempo é somente a Vida, que podemos viver intensamente ou simplesmente passar por ela. E é aqui que reside a diferença, possuindo menos coisas despendemos menos tempo a tratar das ditas, logo tempo mais tempo para fazer e estar.

E não é necessário uma grande reflexão para perceber isso. Por isso, creio que o minimalismo é um caminho, o caminho que queremos para a nossa vida e como se costuma dizer “o caminho faz-se caminhando” pelo que não se pode querer passar a ser minimalista, deitar tudo para o lixo e já está.

Não, mais importante que deitar coisas fora, é perceber o conceito e identificarmo-nos em possuir menos e viver mais, é mudarmos por dentro para podermos mudar por fora (destralhando, como se costuma dizer), é percebermos o estilo de vida que temos e o que gostaríamos de ter e promover a mudança.

E vocês que mudanças gostariam de implementar na vossa vida?

Minimalismo na minha vida

Tri, 10.07.20

O Minimalismo entrou na moda, o que me deixa bastante contente dados os benefícios que vejo que possa trazer para a vida de todos, desde que seja efetivamente implementado na sua génese.

Ou seja, que não se olhe para o minimalismo como uma moda ou um estilo de decoração apenas pois o minimalismo é muito mais do que isso e as mais-valias são imensas. (vá, o pinterest tem fotos de inspiração lindas mas é muito mais que isso)

Ultimamente tenho vindo a pensar nos motivos que me levaram a seguir este caminho do minimalismo e foi algo tão natural e necessário há minha essência que, de facto, acho que não vejo como poderia ser de outra forma. (essência essa que é um pouco parva, aviso desde já, para quem ainda não me conhece)

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E como começou tudo para mim?

O meu primeiro contacto com o minimalismo foi com o livro e documentário ‘Minimalism’ (que cliché), de 2016, mexeu comigo e deixou-me a refletir sobre tudo aquilo. Apresentava opiniões muito radicais, achei eu, pontos de vistas algo controversos e que me deixaram a refletir (algo que sempre gostei de fazer).

 

Impulsionou em mim a ânsia do querer saber mais, da procura, e dei comigo a pesquisar por todo lado, a ler livros, a ver documentários, a refletir de que forma faria sentido na minha vida, a aprofundar os assuntos e adorava muito do que lia.

E foi assim que decidi que iria começar a reduzir os excessos da minha vida!

(todos os excessos mesmo…até o excesso de peso)

Neste post partilhei alguns livros e documentários que vi há alguns anos mas pretendo em breve atualizar esta listagem que já é bem mais extensa (inevitável com tantos anos de leitura e pesquisa).

Mas de facto, o minimalismo é um estilo de vida (que adotas e já não mudas) não é simplesmente uma plástica aos espaços onde, de repente, tudo é branco, não existem objetos apenas um pequena planta verde a enfeitar et voilá, temos uma casa minimalista.

Esta conceção de minimalismo instantâneo não existe e sejamos honestos, nós enquanto pessoas temos obrigatoriamente de mudar, senão nada neste conceito faz sentido, e sinto que de tanto se falar e mostrar, o verdadeiro objetivo se está a perder pois é muito mais que uma casa imaculada, um espaço sempre arrumado ou deitar coisas fora.

Até porque se fizer sentido para mim ter coisas, devo ter! Desde que as mesmas acrescentem algo há minha vida, façam sentido, sejam uteis, e não apenas mais coisas para arrumar em casa. Do que nos devemos livrar é do acessório.

Comigo começou há alguns anos, e de forma muito subtil, e ao longo desse tempo obriguei-me a fazer escolhas mais conscientes que, para além de me facilitarem o dia-a-dia, tornavam a minha mente menos assoberbada com opções e escolhas: mais liberta.

Irei partilhar convosco este processo que é pessoal, e diferente de pessoa para pessoa, espero que seja útil para vos acicatar a curiosidade, para promover uma maior consciência na vida diária e quem sabe levar a mudanças efetivas, pois de facto não há nenhuma fórmula exata para o minimalismo. 

Mas o que é isto do minimalismo?

Tri, 10.07.20

É um movimento artístico? Estilo musical? Estilo de decoração?

Na verdade é tudo isso sim, mas muito mais. Já tanto se disse e escreveu sobre o assunto mas o minimalismo não é, de todo, passar a viver numa casa quase vazia com móveis todos brancos, deixar de fazer compras e dedicar a vida a viajar simplesmente. (se bem que esta uma última não me desencanta)

O minimalismo é um estilo de vida e não tem regras definidas, ao contrário do que algumas pessoas dizem, cada pessoa define as suas próprias “regras”, o que faz sentido para si e para a sua vida.

 

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Ou seja, é um estilo de vida cuja ideia é focar em ter apenas os bens essenciais para viver, para que não percamos tempo com os objetos mas sim tempo connosco e com as pessoas que nos interessam. A ideia é simplificar a vida, por forma a aproveitá-la da melhor forma e com aquilo que nos der prazer e fizer sentido para nós. (deixarmos de perder tanto tempo a limpar a casa e ter mais tempo para comer crepes com nutella…é só uma sugestão! Não me julguem já, vá.)

 

É uma ferramenta que pode auxiliar todos aqueles que estiverem dispostos a livrar-se dos excessos em prol do que é importante para a sua estabilidade, realização pessoal e felicidade. E cabe a cada um saber o que é importante para si mesmo, assim, esta mudança está diretamente relacionada com a forma como cada um perceciona a felicidade. (mas não vamos cair no exagero de deitarmos mesmo tudooo fora)

A ideia de uma vida simples e focada no essencial existe há milhares de anos, ninguém inventou a roda, simplesmente, nós ocidentais, estamos a descobrir as mais-valias de nos focarmos no ser ao invés do ter, da simplicidade da vida, que é efémera e, como tal, deve ser aproveitada da melhor forma, de encontrarmos contentamento no facto de termos menos. 

Assim, de acordo com o minimalismo, removendo da nossa vida coisas que não acrescentem valor podemos experienciar uma série de benefícios, como redução do stress, mais tempo livre, mais tempo de qualidade com entes queridos, maior estabilidade financeira, etc, simplesmente porque reduzimos a quantidade de coisas ‘palpáveis’ com as quais gastávamos dinheiro a comprar, a arrumar, a mandar limpar…(percebem a ideia não é? Eu sei que sim.)