olá novamente
De facto “quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga”, já dizia Variações e tão certeiro que foi.
Temos tendência a querer ‘levar tudo para a frente’, a estarmos sempre disponíveis para qualquer coisa mas temos limites, não somos robots e quando fazemos as coisas em piloto automático, a nossa cabeça já nem processa…andamos programados e nem atentamos no que se vai passando à nossa volta nem connosco, até que percebemos que nos aproximamos do abismo…
Damos por nós inseridos numa série de projetos ou obrigações da vida e, de repente, não vivemos, corremos!
Acordamos a correr de manhã, para termos tempo de comer e sair antes de começar o trânsito, trabalhamos a correr para fazer todas as tarefas, vamos a correr ao ginásio, às aulas, buscar o miúdo ao infantário, passar na casa da mãe para levar qualquer coisa, levar a miúda ao karaté, tudo a correr …. Até que o corpo nos obriga a parar! Até que percebemos que não podemos viver sempre nesse ritmo, todos temos limites.
A minha vida não é diferente, correria e stress constantes, se bem que eu cuido de mim e faço mesmo por isso, aliás a minha meditação diária é já fulcral na minha vida, sinto mesmo que se não começar o dia “a parar” tudo vai ser mais stressante; ainda assim, o dia começa e queremos abraçar tudo, chegar a todo o lado e tratar de todos os recados, e portanto começa a correria...
Felizmente consegui aperceber-me a tempo, caminhava a passos largos para um burnout (estes termos pomposos de hoje em dia, até parece uma coisa boa de se ter), que mais não é que um estado de exaustão excessiva seja física, emocional ou mental.
Acredito que os últimos anos tenham auxiliado a que este caminho fosse mais rápido, mas não, a culpa não é da pandemia, é minha, que já vivia a correr entre todos os meus afazeres…se calhar estes anos só acentuaram a situação e permitiram-me aperceber e tomar medidas.
Procurei ajuda e tenho sido seguida pela minha terapeuta (que é um doce, diga-se de passagem) e acaba por ser fantástico este processo, pois por causa de uma coisa má somos levados a uma série de exercícios, de mudança de hábitos e rotinas, de descoberta pessoal…acabamos por aprender muitos de nós próprios que não sabíamos.
E como não? Não deveríamos ser as pessoas que melhor nos conhecemos?
Isto para reforçar, mais uma vez (mas nunca é demais) que a saúde mental é de extrema importância, é o que nos permite lidar de forma estável com as emoções positivas e negativas.
Mas atenção, a saúde mental não é simplesmente a ausência de doença, é sim o conjunto entre o bem-estar físico, mental e social que nos permite interagir com diferentes realidades e conseguir gerir as diferentes emoções que tal nos possa transmitir.
Estejam atentos aos sinais, aos vossos e aos dos que vos rodeiam, pois podem ter um colega ao vosso lado com um sorriso no rosto mas numa clara depressão.
E como eu disse, ao contrário de algumas pessoas que conheço, eu até vou cuidando de mim e vou-me obrigando a parar ao longo do tempo, não obstante as responsabilidade da vida nos encaminharem para o stress, acabamos por nos desleixar um pouco de nós e o resultado final pode não ser positivo.
Portanto, com tempo, ao meu ritmo, irei voltar a estar por aqui, que é algo que me dá muito gosto. Apesar de parecer fantasma, continuo a acompanhar-vos, gosto de ler o que escrevem, dá-me alento nalguns dias … se bem que as leituras do dia de hoje sejam negras, dada a atual crise que se instala na Europa. (conversa para outro post vá)
Um até já.