o sucesso das férias mede-se pelo tom de pele?
Todas as pessoas têm um tom de pele diferente, umas a fugir mais para a cal, é certo, mas isso não invalida que gostem de sol e que passem algum tempo a desfrutar do mesmo.
Eu sou do clube da lixívia, claramente, tenho uma pele que dá para ver as veias e tal não me incomoda, até porque com os anos sinto que a minha pele vai aumentando a sua capacidade de passar de branco-cale a branco-sujo (e não, não é sarro).
Isto não deveria ser um tema, mas acontece todos os anos, quando regresso de férias há sempre a inevitável piada (já gasta, diga-se de passagem…) “parece que te escondeste do sol”, “uii, isso é da ruindade, nem o bronze pega” …
Eu estou muito confortável na minha pele e não alimento estas conversas, não me incomodam de todod, mas não consigo perceber porque é que a métrica de avaliação das férias se mede pelo pantone da tua pele?!
Tantas coisas que podes fazer e explorar durante o teu período de descanso e o relevante é mesmo o meu aspeto?! A resposta é um redondo sim, porque vivemos nesta era da imagem, vivermos a “desenhar” a perfeição para postar, porque a que vivemos genuinamente é, muitas vezes, diferente.
Não interessa se venho mais rica das coisas vivi (e simultaneamente mais pobre do dinheiro que gastei), se venho mais relaxa e descansada, se venho encantada com as paisagens que admirei, se venho mais rica com todos os livros que consegui ler e absorver.
Para mim é o que prevalece e me enche a alma, para a sociedade falta-me a melanina que me assegura mais um selo de destino visitado.
Vamos só viver a nossa vida e deixar os outros fazer o mesmo, da forma que quiserem, com ou sem sol, dentro ou fora do país, sem comparações, sem invejas, será que é possível?

