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Estou só a dizer coisas ...

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o minimalismo veio para ficar

Tri, 28.06.21

Parece que foi ontem que conheci o minimalismo, apareceu na minha vida sem contar e veio revolucionar tudo. Mas não foi ontem, já lá vão mais de 5 anos.

O minimalismo como estilo de vida pode ter muitas interpretações, mas, essencialmente, é viver com a menor quantidade de bens materiais, apenas os que são necessários e organizar melhor o tempo, para ter tempo. (aí está o cerne da questão)

Não foi um dia, um clique e deu-se a mudança; foi sim um processo, ler coisas, ter acesso a informação que me fez questionar e pesquisar mais e perceber que fazia sentido para mim. (não tem que fazer sentido para todos, ok?)

No meu caso, libertei-me de imensas coisas que estavam a mais, e que ainda não me tinha apercebido, desde roupa, carteiras, eletrodomésticos, bibelôs pela casa fora e livros (verdade seja dita que estes nunca estão a mais, só vendi aqueles que não iria reler ou cuja temática eu não me identifico, tudo o resto mantém-se) e ganhei automaticamente tranquilidade.

De verdade, sem fazer mais nada ganhei logo tranquilidade porque senti que a minha casa ficou mais vazia, mas acolhedora, o que me permitiu passar a ter tudo arrumado sempre e perder muito menos tempo na limpeza da mesma.

Passei a usar o tempo que ganhei para me dedicar a coisas que gosto: estudar, projetos pessoais, ler, escrever. Enfim, passei a ter mais algum tempo para mim e isto apenas com o facto de ter destralhado o que andava a mais na minha casa.

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A minha experiência de desapego e de libertação de objetos foi positiva, como disse não foi um processo de resolução imediata, tive objetos que demoraram meses a ir embora até fazer sentido para mim não os manter. Pois tal como os processos de luto, que levam o seu tempo, o desapego também é um processo mental e emocional que requer tempo e libertação de espaço interior. Não implica deitarmos fora todos os objetos que nos foram oferecidos ou que têm memórias associadas, simplesmente deitamos fora o que não interessa para a nossa vida, que não tem utilidade prática ou que não queremos manter.

O minimalismo é uma mudança de mindset. Não apenas no momento em que o abraçamos e mudamos coisas na nossa vida, mas a forma como vivemos a vida, aquilo que deixamos de comprar, as escolhas que passamos a fazer, as prendas que deixamos de comprar para os outros, etc.

No meu caso, o minimalismo foi abraçado no seio de uma série de outras preocupações que já emergiam na minha vida, não comia carne, tinha grandes preocupações ecológicas, e tentava fazer o máximo possível para reduzir a minha pegada (quando ainda nem se falava tanto disso), pelo que para mim tudo fez sentido, tudo estava interligado e era super natural acontecer dessa forma.

Muitas pessoas ainda creem que se trata de nos livrarmos de coisas, de arrumações cheias de técnicas; quando isso é apenas uma das ferramentas existentes. E que existe, principalmente, para ganharmos a noção de quanto consumimos, desnecessariamente, e do quão agarrados estamos aos bens materiais sem termos, por vezes, essa consciência.

 

Mesmo não querendo aderir ao minimalismo, se calhar é interessante tentarmos aderir a algumas coisas, tentarmos, por exemplo, organizar a nossa casa (a nossa vida) e ganharmos a consciência da quantidade de tralha (lixo?!) que armazenamos pelos cantos.

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