o caminho
Período de ausência para recarregar baterias, para recomeçar o ano e voltar a encher o balão de boas energias, de paciência, tolerância, delicadeza, respeito, todos os valores necessários para um bom ano para ir esvaziando o balão calmamente.
Foi o momento da caminhada a Santiago de Compostela.
A caminhada é o despreendimento do supérfluo, do irrelevante, é o estarmos dispostos a novas experiências e a alinhar o coração, tornar a causa mais forte, tornarmo-nos mais fortes pelo que nos move.
O caminho muda-nos, molda-nos. Muitos o percorreram; mas só alguns o conquistaram como se conquista a vida, para sempre. Arremessamo-nos pelo caminho como quem luta pela própria vida; aprendemos a densidade dos sentimentos, a profundidade dos nossos pensamentos e o impacto que podem ter em nós.
Peregrinar não é simplesmente caminhar, pôr uma perna á frente da outra e andar apreciando a paisagem; peregrinar implica antes de mais partir, sairmos das nossas circunstâncias e comodidades, de desapegarmo-nos e separamo-nos para podermos andar.
Ser peregrino é já por si só algo que nos marca, mas ser peregrino com “a minha gente”, com este meu grupo é algo que nos marca profundamente. Marca porque nos faz refletir sobre o nosso percurso, porque nos faz evoluir individualmente e em grupo, marca porque tudo acontece numa atmosfera de autêntica paz e harmonia e me faz relembrar todos os dias de quem quero ser, de onde quero estar, do que quero valorizar na vida.
Como tal, é crucial sentir o caminho, não apenas passar por ele.
Voltei, renovada e com o ‘balão’ cheio e esperando que a vossa Páscoa tenha sido docinha e recheada de amor.