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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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nunca é vergonha pedir ajuda

Tri, 11.09.24

Understanding-Mental-Breakdown-Signs-Treatment-Opt

Começa com um aperto no peito, um nervosismo interior crescente, uma imaginação fértil que nos faz ver o desfecho da situação (que pode não corresponder à verdade) e sofrer por antecipação. Segue-se um bater do coração acelerado. As mãos a começarem a suar. O medo aparece e enraiza-se em nós. Cola-se um sorriso amarelo na nossa cara para transparecer que ‘está tudo bem’, ‘eu estou bem, não se passa nada’. Começa a ser difícil de respirar e parece que o estômago fica com um nó.

A cabeça não pára e vai traçando novos cenários. A energia parece que nos abandona e que temos que fazer um esforço imenso para levar a cabo a tarefa que temos em mãos.

Assim começaram os meus ataques de ansiedade. Limitando as minhas ações, assustando-me durante o dia, tirando o ar dos meus pulmões, num momento de pré-reunião, por exemplo, onde tinha que deter o controlo total dos meus pensamentos e ações e tal se tornou uma tarefa hercúlea.

Ansiedade que dói na mente, dói no corpo. Perco o controlo sobre os meus sentimentos, quero ser racional e respirar fundo mas é tão difícil.

É aterrador sentir que sou eu, mas não sou eu, que estou ali, mas não estou. E que, na verdade, não consigo ter controlo do meu corpo. É aterrador.

Não vos quero deprimir com testemunhos meio cinzentos, mas quero acima de tudo recordar que não é vergonha nenhuma assumir que se precisa de auxílio e apoio, mas é preciso apercebermo-nos disso.

Não é vergonha nenhuma assumir que não conseguimos lutar sempre sozinhos, não é vergonha nenhuma pedir ajuda.

Porque a saúde mental não deveria ser um luxo e uma preocupação só de alguns, deveria ser mesmo um tema do dia-a-dia.

Porque tudo pode bater a todas as portas, não achemos que estamos livres, deixemos os preconceitos errados de lado; que a depressão é de quem não faz nada e tem que ocupar a cabeça, que só tem a ansiedade quem é inseguro ou tímido e fica nervoso, entre tantas outras barbaridades que já ouvi.

É importante que reconheçamos os nossos limites, às vezes não é fácil, pelo que quem nos rodeia tem um papel muito importante: devemos parar mais, fazer pausas do stress diário, cuidar do nosso bem-estar e, acima de tudo, não ter vergonha de pedir ajuda.  

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