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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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Nada do que não tenho me faz falta

Tri, 25.01.21

Esta minha viagem pelo minimalismo, ainda não é muito longa, começou em 2018 e tem tido um tal impacto positivo na minha vida que só tenho motivos para partilhar o que fui descobrindo e aprendendo. (mas como não somos todos iguais, não temos que ter todos as mesmas aprendizagens, não é verdade)

Esta reviravolta na minha vida começou com o enfrentar a realidade e ver ‘a tralha’ há minha volta (não vivia atolada mas vá, todos temos tralhas) e perceber que não me conseguia orientar, organizar o que quer que fosse. O meu escritório tinha todas as canetas alinhadas, as folhas e blocos de notas sempre arrumados, as minhas pastas sempre devidamente arquivadas e no resto, bagunça total…até que comecei o meu processo precisamente a fazer uma escolha às minhas tralhas, guardar o que um dia poderia ainda ser útil e deitar fora tudo o que já não o era.

Mas atenção, tralha não é sinónimo de lixo! Tralha é sim, tudo aquilo que temos em casa (ou nas nossas vidas) e ao qual não damos uso, não necessitamos, que não nos acrescenta valor ou que simplesmente já não gostamos. Isso sim é tralha, mas pode ser tudo coisas boas…boas para outras pessoas e outras vidas, por exemplo ;)

Este conceito que muito se fala (e eu falo e aplico claramente) é diferente de organizar, limpar ou arrumar. Consiste sim em deitar fora as ditas tralhas, livramo-nos delas, do que é inútil, libertar espaço. (válido para espaço físico ou mental)

destralhar.png

Agora, se me perguntam se houve vezes em que abdiquei de coisas e mais tarde me lembrei ou precisei delas. Sim, claro que houve!

Há sempre lugar para o arrependimento, temporário, na nossa vida, mas é mesmo isso: temporário. Mas também vos digo que foram coisas tão pouco relevantes, e tão facilmente substituíveis, que neste momento nem me lembro de nenhuma para vos dar de exemplo.

Nesses momentos é que percebi que o pior que pode acontecer quando destralhamos a nossa casa, a nossa vida, é abdicarmos de algo que possa vir a ser útil novamente …mas aí reside o cerne da questão, vale a pena guardar essa coisa para essa única vez em que ela vai ser necessária? Ou a sua falta vai ser tão insignificante e não causa nenhum transtorno ter que a substituir facilmente por outro objeto?

 Mas continuo a achar que somos demasiado apegados aos bens materiais, ficamos com muita pena de renunciar a coisas que já não nos são úteis, já não nos servem, já não estão alinhadas connosco e com a nossa forma de estarmos na vida, mas por algum motivo sentimos receio de deixar de parte aquele objeto, principalmente porque tem uma história, foi oferecido por alguém importante, foi comprando com muitas poupança e esforço, etc.

Mas acreditem, destralhar ajuda-nos a libertarmo-nos dos excessos, acaba com a desorganização, traz-nos uma sensação de leveza.

Mas claro que é uma tarefa que pode levar algum tempo a pôr em prática, meses até. (ou não tivéssemos nós passado anos a acumular tralhas) É mexer com energia estagnada e estar consciente do que queremos efetivamente manter na nossa vida, tudo o resto deve seguir o seu caminho. Mas não nos podemos esquecer que mudar os hábitos de vida que cultivámos ao longo de anos não é fácil, nem rápido. Mas é possível.;)

declutter-tips.jpg

Deixo-vos algumas dicas que vos podem ser úteis (ou então não), quando quiserem ‘pegar’ naquela divisão que já têm debaixo d’olho.

  1. Querer efetivamente destralhar

Não adianta começar este processo só porque alguém nos disse que era o melhor, porque parece “estar na moda”, mas sim porque efetivamente nos queremos ver livres da tralha, olhar para o espaço e sentirmo-nos bem nele, abrir uma gaveta e encontrar o que queremos sem ter que revolver tudo.

(basicamente não façam o que eu fiz com a minha mãe)

  1. Focar primeiramente atenção nos objetos de utilidade

Ou seja aqueles objetos que são usados com maior frequência, ou menor mas estão em bom estado, temos que ponderar o que queremos mesmos manter. Que objetos fazem sentido para nós.

  1. Arranjar tempo

Não comecem as arrumações num intervalo de tempo entre uma coisa e outra. Não. Destralhar exige tempo e foco (olhem que podem deitar fora uma coisa que querem mesmo muito) e continuidade, não basta arrumar 1h e não continuar o processo.

E quando falamos em deitar fora, é para fora da nossa vida, mas podemos sempre, oferecer, doar ou vender tudo o que esteja em bom estado e possa ter uma nova vida.

  1. Começar por uma zona pequena

Não devemos a fazer logo planos megalómanos pois podemos correr o risco de nos desmotivarmos. Há que começar por uma zona pequena e ir estendendo o leque de atuação. (como um armário, por exemplo)

  1. Não começar por objetos sentimentais

Estes são efetivamente os mais difíceis, porque têm as memórias e os sentimentos agregados. Mas recordo, as memórias estão em nós, não estão nos objetos.

Ainda assim este processo não tem regras, cada um faz o que faz sentido para si, o que significa que não temos que mandar fora todas as coleções, fotos, postais antigos, ou que for. Apenas devemos estar conscientes e guardar o que nos faz sentido e felizes, e de preferência guardar de forma organizada.

Em vez de ter uma caixa no armário atolada de fotos que nunca ninguém vê, se as queremos manter, porque não colocar nas paredes ou organizar em álbuns fotos?

(para as fotos de hoje em dia também devemos organizar, só que é o disco externo)

  1. Arrumar cada coisa em seu sítio

Para garantir que tudo se mantém arrumado e que não colocamos mais tralha naquele sítio, devemos arrumar e arranjar um sítio para todos os objetos. Assim, é muito mais simples de encontrarmos o que precisamos e de evitar encher com tralha, pois aquele lugar já estará ocupado.

Espero que possa ter sido útil. Boas arrumações para todos ;)

 

 

 

 

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