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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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eu sei que não está fácil para ninguém

Tri, 25.02.21

Eu sei que não está fácil para ninguém, é um facto.

Eu também tenho amigos profissionais de saúde que estão no limite. Pouco ou nada tenho conseguido falar com eles nos últimos meses e quando consigo é para ouvir desabafos que me partem o coração. 

Também já tive familiares, amigos e colegas de trabalho com Covid. Sou grata por a minha família mais próxima e eu mesma estarmos todos bem de saúde. Tenho assistido de perto ao desespero crescente de famílias com sérias necessidades, as ajudas não chegam a todo o lado, as associações desdobram-se mas já não têm meios para acudir a tantos pedidos de ajuda.

Tenho também vivido de perto a realidade dos nossos idosos, tantas vezes esquecidos, tantas vezes negligenciados, a definharem por culpa de um confinamento que os enclausura até perderem as suas faculdades cognitivas, até falecerem de tristeza, de solidão…avassalador.

Estou muito envolvida com tudo isto, porque trabalho com pessoas, porque sou humana, porque sou voluntária, porque vivo em comunidade.

Não obstante esta realidade, não significa que tenha que espelhar no meu blog sempre estas temáticas porque de covid já andamos nós fartos e no meu blog eu escrevo aquilo que me apetece, num dado momento, e principalmente coisas que me aliviem a alma (e eventualmente vos ajude a aliviar a vossa).

Fica o desabafo …

Dito isto não vim falar do que se fala todos os dias, mas sim partilhar convosco uma outra visão sobre o problema: a oportunidade que temos à nossa frente para nos unirmos no meio desta derrocada. Estamos tão focados no negativismo, na separação que parece que não vemos outro caminho que não seja o da desunião, o da reclamação constante, o da culpabilização gratuita, o de destilar ódio, o da falta de tolerância e paciência.


Mas não! Pelo contrário, estamos perante uma excelente oportunidade de identificarmos e aceitarmos um outro caminho: o do diálogo, o da empatia, o da compaixão, o do espirito de comunidade, o do amor.

Não adianta nada reclamarmos, atribuirmos a culpa a 500 pessoas, destilar ódio constantemente, isolarmo-nos (para além do fisicamente exigido), humilhar o outro; nada disso vai trazer paz, nada disso vai afastar o vírus, nada disso aumenta imunidade …pelo contrário, drena ainda mais a nossa energia, gera ainda mais caos, reprime o coração.

Acredite-se ou não, a terra devolve-nos o que nós damos (com palavras mais ou menos pomposas) portanto quão menos chateados, irritados e implicativos formos, melhor.

Estamos numa altura em que não devemos olhar sobre o EU mas sobre o NÓS, para conseguirmos superar tudo isto.  Vamos aproveitar esta fase para crescer, para aprender, para evoluir e só o conseguimos plenamente, com sentido de comunidade. Aliás, diria que no primeiro confinamento muito se promoveu a interação e maior integração na comunidade, pelo simples facto de termos atenção aos nossos próprios vizinhos, por exemplo.

Nunca sociedade cada vez mais isolada, individualista e egoísta; vamos promover e aumentar o espirito de comunidade, vamos olhar para o lado e perceber a quem podemos 'estender a mão'; vamos de facto retirar algo de bom no fim de tudo isto: atitudes que podemos e devemos aplicar na nossa vida, sempre.

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