eu não preciso de ninguém
- “Como assim não precisas de ninguém?”
- “Não preciso. Estou bem sozinho. Estou bem comigo mesmo e não preciso de ninguém.”
- “Sim, mas todos nós precisamos de pessoas, precisamos dos nossos momentos a sós mas também precisamos de estar com pessoas senão piramos…basta veres como foi com uma pandemia p'lo caminho.”
E foi esta a premissa base do café que tive com um amigo há uns dias, que acha que é bom sabermos amar-nos e aprendermos a estarmos a sós, a estarmos bem apenas connosco e então, assim, aprendemos a não precisar dos outros.
Mas até que ponto isto é saudável?
Eu não quero não precisar de pessoas. Eu quero ter as minhas pessoas há minha volta, eu quero ser capaz de sentir saudades e tal só me acontece quando há envolvência e comprometimento efetivo.
É certo que sempre gostei de me “armar em forte” mas sei que sou muito ligada há minha família e que faço por manter os amigos por perto (ainda que à distância, que hoje em dia se encurta com tanta tecnologia).
Também facilmente me ouviriam dizer ‘Estou bem comigo mesma’, e era verdade, mas tal não significava que não queria pessoas. Gosto muito dos meus momentos de solitude e faço por conseguir tê-los, tal como prezo os momentos de partilha. (principalmente à mesa, tuga que é tuga, partilha à mesa não é?!)
Na minha inocência acho sempre que é nos momentos de partilha que reside a riqueza, que se soubermos estar atentos, aprendemos sempre alguma coisa (não falemos de trabalhos manuais vá, mas de valores e atitudes, vocês percebem-me).
No fundo acho até que algumas pessoas passam pela nossa vida exclusivamente para nos ensinarem a não ser como elas, o que já é um grande feito, e se conseguirmos aprender isso já é uma grande lição.
Mas não podemos achar como o J. que estamos tão bem connosco que nem precisamos de pessoas; nós somos seres sociáveis, claramente que precisamos de pessoas.