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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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Como começar

Tri, 13.07.20

O minimalismo sente-se, diria eu. Interessa-se pelo assunto, pesquisa-se, estuda-se, implementa-se. Não há nenhuma regra, nem nenhum ponto por onde começar. (mas se está a ler este texto, creio que já tem algum interesse/curiosidade pelo assunto)

No entanto, diria que a grande maioria das pessoas começa por se desfazer dos bens materiais que tem a mais à sua volta, eu inclusive, o chamado destralhar (palavra inventada não sei por quem, mas que explica perfeitamente o que se pretende).

Todos nós acabamos por acumular alguma tralhar que nos rouba tempo, atrapalha o nosso dia-a-dia mas o nosso verbo chave é: simplificar.

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E na verdade podemos simplificar todos os quadrantes da nossa vida: simplificar a nossa casa, o nosso guarda-roupa, as nossas relações.

E por onde começar?

Não tem, forçosamente, de seguir esta ordem mas eventualmente este pode ser um dos caminhos para uma vida mais simples, com menos consumo e menos confusão e com mais vivência.

- Escolha uma zona da casa e comece por aí e foque-se. Não tenha “mais olhos que barriga”, se começar a remexer na casa toda não vai conseguir destralhar muito apenas vai conseguir mudar a tralhar de sítio.

- Garanta que tem sacos ao pé de si para começar a encher, para deixar de ter as coisas debaixo do seu olhar: coisas para o lixo e para dar. Como diz o ditado "olhos que não vêm...", e assim é mais simples a separação.

- Deixe os itens sentimentais para o final, depois de ter visto que o seu trabalho está a dar frutos, que já conseguiu começar a reduzir algumas coisas, vai ser mais fácil ter o discernimento para se desapegar de alguns bens sentimentais que não são propriamente valiosos (aquelas lembranças que lhe deram no batizado da Maria ou no casamento do Joaquim podem ir embora, sabe?)

No processo de tirar coisas de casa, ficam sempre aquele objetos que já não queremos mas também não queremos deitar fora, por vezes trazem-nos algum tipo de uma recordação e dificultam a nossa decisão. É perfeitamente normal e legitimo.

Para esses casos, arranje um novo saco ou um caixote e guarde todos esses objetos juntos pelo tempo que definir (6 meses por exemplo?!). Se durante esse período não se lembrar deles, não os for ver, não sentir a sua falta espalhados pela casa então chegou o momento de tomar a decisão: deitá-los efetivamente fora, vendendo ou dando a alguém.  

- Passe a consumir de forma consciente: obviamente que vai continuar a comprar coisas, mas apenas as que sejam necessárias para suprimir uma necessidade que tenha. Ou algum bem que venha substituir outro que se estragou e nunca de forma cumulativa. 

- Destralhe também a sua vida: comece a ter consciência das relações tóxicas que tem e a afastar-se para seu bem. Aprenda o poder do ‘não’, porque deve dedicar o seu tempo aquilo que realmente quer e lhe importa.

Eu, ao perceber que podia ser feliz com menos coisas e consumindo menos, rapidamente me apercebi que não precisava de ganhar muito dinheiro para manter um estilo de vida confortável e acima de tudo com propósito. O que fez com que as minhas frustrações, ambições profissionais e objetivos também fossem todos reformulados.

Os objetivos e todo o processo são, de facto, pessoais e intransmissíveis, e cada um tem a sua jornada a traçar.  A pesquisa e a leitura só nos abre o espirito para os temas e permite que os aprofundemos mas a mudança concreta é sempre diferente.

 

E por aí, quem está neste processo de simplificar a sua vida? Ou gostaria de começar e ainda não "deu o primeiro passo"?