aos meus pais
Dizem que as crianças aprendem o que vivem. (eu mesma o disse aqui e aqui…)
Por isso, se hoje sou paciente é porque me ensinaram a ser tolerante, se hoje não condeno é porque não vivi sob críticas, se não sou tímida é porque não fui ridicularizada, se sei apreciar é porque recebi elogios, se sei amar é porque vivenciei a aceitação, a aprovação. Se sou verdadeira é porque convivi com a sinceridade, se sou justa vivi com equidade. Ensinaram-me a gostar de mim mesma, mas eu também tive um papel muito importante nessa tarefa ao longo do meu crescimento.
Porque convivi com a bondade e a consideração pelos outros, aprendi o que é o respeito. E se hoje acredito que o mundo é um bom lugar para se viver é porque vivi em segurança, é porque aprendi a ter confiança em mim mesma e naqueles que me rodeiam.
Efetivamente, os nossos pais são os nossos grandes exemplos, e digo pais no sentido de ‘a pessoa que nos cria e acompanha ao longo do crescimento’, seja quem for. Mas é com eles que nos tornamos gente, que aprendemos a valorizar tanta coisa na vida.
A minha mãe ensinou-me a força da independência, a coragem de fazer acontecer, o arregaçar as mangas e não ser dependente de ninguém. Ensinou-me a força de viver, que ultrapassa todos os obstáculos que a vida nos apresenta. Ensinou-me a estar lá para o outro mas a não me deixar rebaixar. O meu pai me ensinou-me o que é a calma, a paciência, a bondade, a compaixão, a humildade. Ensinou-me a perdoar, mesmo quando algo não teria perdão; ensinou-me o incentivo moral e emocional de forma incondicional.
E não foram ensinamentos que ficaram no passado. Não. Na verdade, são transversais a todas as fases da minha vida, continuam a ensinar-me ainda nos dias de hoje.
Ensinam-me o que é a resiliência, o que é ajudar sem esperar nada em troca, a não desistir na vida, a lutar pelos nossos sonhos mesmo que estes sejam difíceis e que só se consiga depois dos 60 anos.
Cresci numa casa de risos, gritaria, por vezes, e alguns castigos, mas por algum motivo, não me lembro muito desses momentos. O que fica é a noção de que uma relação é composta por amor, mas não só, também por união, respeito, bem-querer, cuidado e atenção ao outro.
O meu obrigada a vocês, pai e mãe.
Parabéns por estes 30 anos de união.