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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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“Anda meio mundo a enganar outro meio”

Tri, 01.12.20

“Anda meio mundo a enganar outro meio” é uma expressão que todos conhecemos e que, apesar de sobejamente exagerada, contém alguma verdade, já que somos frequentemente confrontados com falsas notícias, falsos medicamentos, falsas soluções, que temos tendência para aceitar como verdadeiras sem pensar duas vezes.

Fazemo-lo porque duvidar dá trabalho: é preciso compreender do que se fala, é preciso compreender os argumentos apresentados, é preciso ter argumentos para contra-argumentar, é preciso perder tempo, e claro, é preciso pensar!

Não obstante, muitas vezes o que é exposto é algo em que desejamos acreditar ou que temos tendência para aceitar como verdadeiro (regra geral, as crianças acreditam em tudo, os adultos acreditam em tudo o que vá de encontro aquilo em que já acreditam).

É um facto que eu já dou como certo na nossa sociedade, apesar de não concordar, mas este texto da fatia deixou-me a refletir sobre isso.

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Esta tendência para acreditar facilmente em tudo, esta falta de espírito crítico, torna-nos vulneráveis a vigarices e à manipulação da nossa opinião, havendo até quem classifique isso como uma forma de iliteracia.

E juntamos a isso a critica fácil e gratuita que, na maior parte das vezes, é apenas para denegrir a imagem do outro.

Atenção, eu sou tolerante à crítica e acho que ela deve existir para se refletir sobre as coisas e para estas melhorarem, no entanto, incomoda-me a falta de argumentos, o espezinhar gratuito e a banalidade com que se aponta o dedo.

Podemos, e devemos, fazer alguma coisa para resolver isso. Cada um de nós, na sua vidinha.

Vamos dar algum uso ao nosso cérebro (para além do sudoku, vá) e começar a questionar mais, a refletir mais, em última instância, a conversar mais? (não, as mensagens não contam)

E pôr em causa e tentar saber mais é válido para tudo na vida, não estamos aqui a discutir noticiais de pandemia, mas sim, toda e qualquer questão que nos atravesse o espírito.

 

Começa de forma suave a refletir sobre alguns pontos:

  • Contesta a tua Mente

Muitas das vezes, recordamo-nos dos acontecimentos que asseguram as nossas convicções e esquecemos aqueles que as contrariam. Ou agarramo-nos de tal maneira a um dado acontecimento que lhe queremos atribuir um outro significado que o mesmo não teria à partida. (característica da nossa muito bem aproveita por videntes, convenhamos)

Por exemplo, quando alguém nos liga e estamos a pensar nessa pessoa, ficamos deveras entusiasmados com tal coincidência; mas esquecemo-nos de todas as outras vezes em que pensávamos nessa pessoa e ela não ligou ou que ligou sem que tivéssemos pensado. Portanto, a nossa prega-nos realmente partidas. Não vamos viver a vida com atenção total a esses pormenores, mas se tentarmos ir tendo atenção plena em diversos momentos, já é um começo.

  • Contesta Quem Noticia

Os jornais e televisões têm muitas vezes que resumir notícias a uma frase e fazem-no prejudicando a verdade em favor do sensacionalismo.

Muitas vezes lendo ou ouvindo o resto da notícia ficamos com uma ideia completamente diferente da inicial. Como tal, nunca devemos formar uma opinião sobre um assunto baseado apenas em cabeçalhos de jornais ou rodapés de noticiários televisivos.

Não baseies a tua opinião sobre um assunto numa única fonte. 

Lê e ouve várias opiniões, vê e lê noticias e livros, sempre com espírito critico. Em muitos assuntos, não existe UMA fonte/opinião/informação que seja completamente correta.

  • Contesta Quem Vende

Somos constantemente ludibriados por anúncios a produtos que se apresentam com atributos que não têm, assediados com relações inexistentes (como a cerveja Y ‘nos trazer’ muitos e animados amigos) e confundidos com publicidade disfarçada de informação. Lembra-te da máxima “se algo parece bom demais para ser verdade, então é porque se calhar não o é”. Não existem soluções milagrosas para os problemas, a solução tem sempre que passar por nós. Por isso questiona e pondera antes de comprar qualquer produto que uma dada marca te quer impingir (mas estamos tantas vezes tão ofuscados que nem nos apercebemos que nos estão a impingir).

Estas mudanças não são de um dia para o outro, aliás deveriam começar na escola para que em adultos não tenham que refletir tanto sobre estas questões (como eu, digam lá). A educação deve promover a construção do auto-conhecimento, o espírito critico, favorecer a responsabilidade e criatividade do individuo.

Infelizmente não creio que se assista a isso no nosso sistema de ensino, por muito que os professores que se esforcem e façam ‘omeletes sem ovos’, de facto não conseguem fazer milagres. Mas bem, isso já seria tema para outra discussão, não é verdade?

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