a necessidade da tolerância
Atualmente vivemos numa sociedade em que as pessoas se agridem por motivo nenhum; não suportam qualquer tipo de falha ou contradição, muito menos de serem confrontadas com ideias distintas das suas.
Se a meio de uma conversa, discordam com a opinião do outro, já não há o poder da retórica só o do murro; se um empregado de mesa se engana no pedido, ‘vira-se a mesa ao contrário’; se alguém passa á frente na fila do metro, começa-se a insultar; todos os locais e motivos servem para partir para a agressão e ofensas desmedidas.
Hoje quase toda gente vive com uma postura snobe e aristocrática que os impede de aguardar pela sua vez, de falar direito com o próximo e respeitar o seu espaço.
De facto, creio que o nosso problema não é a desigualdade, na verdade, o problema é que não toleramos a igualdade dos cidadãos. Pessoas com os mesmos direitos que nós, a mesma liberdade, a mesma importância, é a democracia no papel, não na prática.
Aceitar as diferenças e respeitar os direitos das pessoas torna-se uma virtude indispensável para conseguir viver e conviver neste mundo repleto de energias negativas que nós atraem.
Creio que a tolerância também se perde em todo esse negativismo, vivemos a vida a correr para satisfazer os nossos compromissos, stressados durante o dia de trabalho e com vontade de regressar a casa, mas antes disso ainda temos que suportar filas de trânsito imensas, transportes públicos superlotados … vivemos mais impacientes que nunca.
Nos relacionamentos de hoje, qualquer que seja a sua natureza, não se pára para ouvir o desejo do outro, para se ajudar o próximo, para se ter um momento de delicadeza.
A palavra de ordem para tentar combater este estado espirito que nos rodeia é mesmo resistência, perante todas as atrocidades a que assistimos, perante todas as indelicadezas a que somos sujeitos, devemos resistir e não reagir. Resistir pacificamente e dar o exemplo, ser gentil e não julgar e tentar fazer dessa regra o dia-a-dia de quem nos rodeia.