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a época de incêndios

Tri, 20.06.17

Muda o ano, repete-se a história…é assim todos os anos, a história trágica repete-se, muda, por vezes, a paisagem.

A notícia começa invariavelmente com uma vaga de calor extremo, correria de toda a população para as praias e, eis se não quando, surge o primeiro incêndio. 

 

Só neste país é que se ouve todos os anos a “abertura da época de incêndios”, como se de uma propaganda se tratasse.

Todos os anos a história se repete!

 

Hectares e hectares reduzidos a cinzas numa dúzia de horas, milhares de homens e mulheres que dão sempre o máximo de si, dia após noite, para nos tentar salvar a Nós, aos Nossos bens pessoais, ao Nosso país.

Todos os anos a história se repete!

 

O país inteiro a fazer julgamentos em praça pública, por todos os criminosos que são entretanto apanhados, e que invariavelmente são posteriormente todos soltos; o país inteiro a ditar a mesma sentença “é o costume…mais do mesmo” e, ainda assim, aos olhos de todos a história repete-se!

 

E a culpa é um pouco de todos nós, não que sejamos os piromaníacos disfuncionais que ateamos o fogo, não; mas somos quem faz um picnic na mata e consegue deixar lixo espalhado, somos quem vai a passear de carro enquanto fuma um cigarro e consegue deitar a beata pela janela, somos quem vê lixo potencialmente perigoso em qualquer mata mas não apanhamos porque o lixo não é nosso, somos quem faz fogueiras e queimadas nas alturas de maior calor, somos quem vê as pessoas do lado a deitar deliberadamente lixo no chão e não tomamos iniciativa de dizer nada, limitamo-nos a ‘insultar’ entre dentes…

 

Todas estas atitudes de falta de civismo fazem de nós também um pouco culpados por todos os incêndios que despoletam no nosso país todos os anos.

 

Todos sabemos que a juntar a isto, temos uma necessidade premente de reorganização do nosso território, de equipar os nossos heróis com os melhores meios (ou pelo menos com os mínimos) e de fazer cumprir as leis e passar ter justiça neste país.

Não obstante, é de fulcral relevância Todos tomarmos uma atitude e Todos termos uma consciência de prevenção que, apesar de não anular de todo estes acontecimentos, possivelmente ajuda a minimizar os danos provocados pelos mesmos e até a minimizar a sua ocorrência.

 

Lembrarmo-nos, por exemplo, da casa da aldeia, que não foi vendida, que ninguém chegou a acordo nas partilhas mas que ao mesmo tempo ninguém visita e que está a ser “devorada” pelas silvas; lembrarmo-nos de ser cidadãos informados que deitam o lixo no devido local; pequenas atitudes que ajudam a fazer a diferença.

 

Enquanto isso, continuarmos a acreditar que a justiça irá, algum dia, cumprir com a sua função e irá condenar todos os criminosos que são apanhados anualmente, de forma recorrente, seja porque sofrem de uma qualquer doença psicológica sejam porque fazer parte de esquemas de corrupção onde os interesses dos empresários “falam mais alto” que os pulmões necessários do nosso país, e que ainda assim conseguem ser soltos sem qualquer consequência que não seja a de ficar “com cadastro”.

 

Não esqueçamos, evitar estes acontecimentos é responsabilidade de todos nós, todos temos que ser responsáveis pelo bem-estar do nosso país.

 

A todos os envolvidos nesta tão grande tragédia, um abraço forte, todo o meu carinho e pesar por estas perdas dolorosas e a promessa de que no que depender de mim, continuarei sempre a ter todos os cuidados de prevenção necessários e que terei duas mãos disponíveis para trabalhar quando for possível restaurar tudo o que há a restaurar.

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