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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

e se fossem .... ver se chove?!

Tri, 06.02.24

Ora no alto do meu livre-arbitrio, da minha capacidade e possibilidade de escolha, da minha liberdade de expressão, pela qual os meus antepassados lutaram (e da qual deveriamos estar gratos e lutar para a preservar) faço deste meu cantinho o que entender.

É um bloco de notas sem norte? Sim, talvez.

Tem pensamentos soltos? A maioria das vezes.

Por vezes, consegue ter temas que interessam a mais alguém que não apenas a pessoa que os escreveu? Parece que sim, de vez em quando acontece.

Mas resumindo e esclarecendo, este espaço é meu e faço dele o que entender. Acho que conseguimos estar todos de acordo nisso, não?!

Não sou escritora, nem ambiciono tal, pelo que aqui não se encontram textos de uma qualidade invejável. Este humildade espaço pretende ser apenas aquilo a que se propôs, ser um espaço para dizer coisas, desabafos e pensamentos, um diário público que vê mais a luz do dia do que o bloco da gaveta.

Ora, se nada do que aqui é partilhado interessa, então façam como eu, usem da vossa liberdade e livre-arbitrio para escolherem outro blog para ler e deixarem este em paz.

O que não podem é querer que aqui se fale dos temas que vocês querem, aqueles que vocês acham pertinentes e que toda a sociedade deveria focar e dissecar. Isso, fazem no vosso espaço para quem quiser ler.

Aqui eu ainda escrevo o que me apetecer, seja um tema profundo, leve, sem grande sumo, polémico ou um desabafo altamente pessoal. Se tiver quem leia, partilhe opiniões e ideias tanto melhor.

Mas se estão incomodados, caros anónimos rancorosos desta blogosfera, façam um favor a todos e vão ... ver se chove.

 

 

que geração estamos a criar?!

Tri, 02.02.24

Uma criança é sodomizada, no dia do seu aniversário, na sua escola por 8 colegas incluindo o seu próprio irmão…se não é um enredo para um filme de terror, então não sei o que é.

Confesso que, atualmente, evito ler noticias, ligar a televisão sequer, porque tudo o que nos chega é negro, é podre, é um retrato da sociedade atual do mais deprimente que existe. Tento pesquisar notícias positivas e quando quero saber como está o mundo vou eu à procura da informação ao invés de deixar que “me entre pelos olhos e cabeça adentro”.

Esta semana, esta notícia chocou-me, incomodou-me, tirou-me o sono…não consigo deixar de pensar, como vai ser o futuro desta criança? Como é que tal acontece na escola? Como está a educação e a cabeça daqueles miúdos a ser moldada para chegar a tal ato de maldade?

Mas se as crianças vão para uma escola, a responsabilidade neste tipo de casos, é da própria escola. Será o ambiente escolar assim tão violento?

Falta de vigilância, falta de paciência, falta de profissionalismo, falta de respeito, falta de civismo…é o que corre nos corredores das nossas escolas. Ainda temos algumas auxiliar “à antiga”, das boas, atentas e atenciosas (conheço algumas, felizmente), mas são tão raras. A maioria dos casos não tem formação e competência para exercer as funções e, para além disso, não querem saber.

Esta faixa etária, pré adolescência chamam, é algo complicada, já todos passamos por lá e sabemos, mas não pode servir de desculpa, há que haver respeito e tolerância…valores base.  Obviamente que, quando acrescemos a isso o facto destas crianças nem sempre terem um ambiente familiar estável e tranquilo, origina que manifestem as suas frustrações fazendo este tipo de 'asneiras' macabras.  

O castigo de tal ato não pode ser limitado a 4 dias de suspensão. 4 dias de férias e depois voltam como se nada fosse. Não! Estes miúdos deveriam ser acompanhados, perceberem o que fizeram, o impacto que tal vai ter na vida de outrem, irem para um colégio inclusive…a escola, acima de tudo, deveria ser punida!

A base do carácter, os valores, a educação e o bom comportamento deve ser passada em casa e na Escola, se a sociedade não endereça estas questões com toda a seriedade, então estará perdida. E não adianta transferir a responsabilidade para a tecnologia, os jogos, as redes sociais e afins, quando o ponto fulcral do problema é a sistêmica desatenção que as crianças têm da sociedade adulta que desistiu de lhes ser exigentes e responsável pelo seu carácter em construção.

Em que mundo estamos, que crianças que deviam brincar com outras crianças e ser felizes com pequenas coisas se transformam em abusadores de um colega e rasgam a sua folha de vida transformando-a para sempre?

Bem como a vida destes 8 miúdos, destas crianças que fizeram o que fizeram e sabemos lá porque o fizeram. Onde foi que a vida lhes foi tão cruel ao ponto de se transformarem nestas pessoas?! E os Pais, que acredito (e espero!) que estejam destroçados sem acreditar no resultado da educação que estão a dar aos seus filhos…ou apáticos e desinteressados, quando uma mãe cujo o filho sofreu o que sofreu numa sexta-feira na escola e só leva o filho ao médico na segunda-feira por insistência e obrigação da CPCJ…tudo está mal nesta história.  

É mais um caso em que a justiça vai falhar, não por incúria, mas por falta de meios, para ajudar e para castigar.

Quando a desgraça se torna banalidade, nasce a indiferença e vai-se o respeito, a empatia e capacidade de olhar para o lado; é aqui que reside o problema desta constante avalanche de crimes e horrores televisivos diários.

É do amor que vem a cura para esta sociedade. Temos de o ensinar pelo exemplo.

deixem janeiro em paz!

Tri, 23.01.24

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Mas porque é que agora janeiro é o patinho feio dos meses do ano?!

O mês de janeiro é tradicionalmente o mês mais longo do ano (não é que tenha mais do que 31 dias como os outros, não...) mas é um mês onde ainda nos encontramos a digerir da época festiva, mas também iniciamos um novo ano e, acreditamos nós, um novo ciclo com imensa pressão para mudar, traçar metas, fazer acontecer.

Só que, à medida que janeiro progride, confrontamo-nos com a realidade: não é porque o ano mudou que tudo se transforma por magia e a nossa motivação é tão volátil, que rapidamente se esvai.

Dizem os especialistas, que a gestão de expetativas — nossas e as dos outros — é, então, uma das grandes razões da má fama deste mês pois embora os planos para o novo ano, as ditas resoluções, possam ser feitas com um ímpeto positivo, podem também ser altamente prejudiciais e gerar uma grande pressão.

Mas, vamos lá a ver, passamos a vida a reclamar que a vida passa a correr; que o mês acabou e não demos por nada; que nunca temos tempo para nada….então não é de aproveitar que temos um mês “muito grande” para fazer acontecer? Para desfrutar e aproveitar o tempo como se não acabasse nunca?

Todos queremos que janeiro passe a correr e que chegue ao fim, para que chegue também ao fim a ideia de que temos de iniciar algum projeto, que temos de começar a lutar pelos nossos objetivos e metas, em paralelo com a sensação de que não os conseguiremos alcançar e que nos vamos manter simplesmente parados no mesmo lugar.

Cuidado com as resoluções de Ano Novo porque um desejo por si só não muda nada, não se iludam. É preciso definir objetivos mais concretos e depois mexermo-nos e fazer acontecer!

Por isso, deixem lá o mês de janeiro em paz, que não fez mal a ninguém, e aproveitem que ele existe e que tem tempo que nunca mais acaba.

ainda bem que a minha mãe morreu

Tri, 15.01.24

Há pouco tempo, em conversa com um colega de trabalho, cuja história de vida daria para um enredo de uma novela, constatei o quanto os nossos traumas de infância, as contingências, o ambiente em que crescemos e nos desenvolvemos impactam totalmente o adulto que somos. (não que não soubesse, mas ver casos reais, mexe connosco…)

Fez-me lembrar de um livro que li o ano passado, “Ainda bem que a minha mãe morreu”, cujo título me afetou (cumprindo o objetivo de marketing) mas que, mais tarde, percebi que era assim mesmo apenas para causar polémica.

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Demorei algum tempo a pegar neste livro porque nunca gostei muito de aderir aos top’s de vendas, à literatura mais comercial e de quem todos falam. Não que não sejam livros merecedores, eventualmente, e que não tenham todo o mérito em serem extremamente falados, eu é que nunca fui de modas (nem na roupa) e sempre que muito se fala a expectativa também sobe em demasia e quando pegamos no livro, a desilusão pode ser excessiva simplesmente devido à expectativa.

Portanto, gosto de ler algumas obras, quando já ninguém se lembra delas. Não foi aqui o caso, este título inquietou-me e tive que lhe pegar.

Um testemunho real relatado pela própria Jennette McCurdy, atriz infantil de uma daquelas séries longas de Nickelodean, que têm sempre muito fama.

Dava vida à Sam de iCarly, uma maria-rapaz (isto ainda se pode dizer?) agressiva e engraçada. Só que ela não queria ser atriz. Ela odiava ser atriz. E isto era já suficientemente mau se a mãe não tivesse abusado dela de tantas outras maneiras.

Neste livro, ela consegue descrevê-lo de uma forma leve, até muito divertida, sem tirar a gravidade do assunto: ser colocada num sítio que não desejou, a viver um sonho que era o da sua mãe, que abusou psicologicamente dela, desvirtuando o seu corpo, causando distúrbios alimentares de forma consciente, mas com vista a um ‘bem maior’, na ótica da mãe.

Jennette relata na primeira pessoa, e com algum humor, os graves abusos maternos numa família disfuncional onde todos parecem não querer perceber o que se passa, ao mesmo tempo que uma jovem miúda sofre com o flagelo da anorexia, incentivada pela própria mãe, e da saúde mental, relatando na primeira pessoa a sua história com uma escrita simples, honesta e clara, sem grandes floreados nem figuras de estilo.

É um livro que nos deixa a pensar como é que uma mãe cria regimes alimentares, retira a liberdade da própria filha e faz uma forte pressão psicológica e física para que uma simples criança seja vista como um bem precioso no meio artístico; que vive anos a menosprezar as vontades da sua filha para que as imposições que lhe coloca sejam levadas a sério; que consegue ser a causadora da doença da filha…deixa-nos a pensar sobre quantas Jennettes não existem na indústria do audiovisual e, nos dias que correm, nas redes sociais...

Aceitarmos o que somos, quem somos, percebermos qual o nosso papel neste mundo, os nossos limites, o que nos acontece e o que esperam de nós já é difícil quanto baste quando aqueles que nos devem amar acima de tudo são um porto de abrigo, uma âncora a que nos podemos agarrar para manter a nossa sanidade e estabilidade; quanto mais quando aqueles que deveriam cuidar de nós, colocando-nos em primeiro lugar, aceitando o que somos, amando-nos são desequilibrados e vivem numa qualquer distopia narcisista onde procuram ser o sol na vida daqueles que trazem ao mundo.

O meu colega não teve uma mãe que lhe moldou a vida; teve uma mãe que o abandonou e um pai que tentou cuidar de tudo, e isso moldou-lhe a vida, moldou-lhe o rumo da juventude, obrigando-o a ser pai de irmãos e não saborear da proteçao paternal que todos deveriamos ter à partida...

Quantos dos nossos traumas, manias, vícios não são já uma herança familiar que carregamos de forma inconsciente? Quanto de nós não é moldado pela programação que trazemos e que, nem sempre, conseguimos controlar sem ajuda?

Não tenho por hábito partilhar por aqui a minha opinião sobre os livros que leio (apenas pequenos pensamentos que retiro de cada um), mas  recomendo a leitura do livro, mesmo que não queiram fazer qualquer reflexão. É simples e de leitura rápida, excelente para um domingo de chuva, embrulhados no sofá com uma mantinha e uma caneca de chá.

obrigada

Tri, 11.01.24

Porque hoje é o dia mundial do 'obrigado'.

Porque nunca é demais sermos gratos.

Porque um obrigada cai sempre bem.

Obrigada.

Por estarem desse lado, por irem acompanhando as larachas que aqui deposito. Por comentarem e partilharem a vossa opinião e, por vezes, me deixarem a pensar com outro ponto de vista.

Obrigada.

À vida, pelos desafios que me vai colocando no caminho, pelos ensinamentos, pelas coisas boas, pelas pessoas com quem me cruzo, pelo amor que recebo.

Obrigada.

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além das aparências

Tri, 09.01.24

Na era das redes sociais, a pressão da produtividade tornou-se uma sombra constante pairando sobre nós como uma expectativa implacável. O discurso constante de rotinas super movimentadas, acordar às 5 da manhã e fazer inúmeras tarefas antes mesmo do pequeno almoço, tornou-se uma espécie de insígnia de sucesso: “queres fazer parte do clube do sucesso, acorda às 5 da manhã…”

No entanto, é imperativo desvendar essa fachada e compreender que produtividade não é sinónimo de valor acrescentado.

A sociedade atual reforça a ideia de estar sempre ocupado como um indicador de conquistas. No entanto, a verdade é que essa corrida desenfreada para cumprir metas, muitas vezes deixa um rasto de ansiedade, exaustão e uma sensação de vazio. A pressão para corresponder às expectativas, especialmente as alimentadas pelas redes sociais, coloca em segundo plano a qualidade de vida que devia ser alvo do nosso foco.

Vemos constantemente a publicação de fotos de listas com os afazeres matutinos e relatos de horas extraordinárias de trabalho que nos leva a criar a ilusão de uma vida repleta de realizações. No entanto, por trás dessa cortina de atividade aparentemente incessante, esconde-se a realidade de que a verdadeira produtividade não pode ser medida apenas em horas trabalhadas ou itens riscados em uma lista.

É crucial questionar a narrativa da "superprodutividade" e reconhecer que cada um tem seu próprio ritmo e suas próprias necessidades e que a verdadeira realização está na qualidade do que fazemos, na paixão investida nas nossas atividades, e no equilíbrio saudável entre trabalho e bem-estar.

Apressarmo-nos para cumprir padrões inatingíveis pode resultar num esgotamento que prejudica não apenas a nossa saúde física e mental, mas também a autenticidade das nossas realizações.

Em última análise, desvincularmo-nos da corrida incessante pela produtividade é um ato de coragem. Valorizar o equilíbrio, reconhecer que o tempo é um recurso precioso que deve ser gasto com sabedoria, e desfazermo-nos da necessidade de mostrar, constantemente, aos outros que estamos sempre em movimento são passos cruciais para uma vida mais autêntica e plena. Não se trata de fazer mais, mas sim de fazer o que realmente importa.