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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

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as mudanças na nossa vida

Tri, 15.08.21

Dizem que as mudanças fazem parte da vida, pelo menos sempre me disseram, e é assim que eu vendo o peixe.

Mas não significa que não custe ou que uma pessoa se habitue sempre.

Nasci em Coimbra, onde sempre fui muito feliz e, para quem não conhece, é como se fosse uma aldeia em ponto grande (como eu digo sempre), onde se conhece toda gente, se cumprimentam todos os que vão passando na rua (ou cumprimentávamos, agora não estou lá, já não sei bem…) e assim conhecia a baixa e arredores, onde me sentia bem porque conhecia toda gente.

A minha mãe dava-me um tostão para ir ao pão como gente grande e eu lá ia dizendo olá a todos p’lo caminho, passando p’lo clube vídeo (está agora o meu sobrinho a coçar a cabeça a pensar o que será um clube de vídeo!?) e com a Ti Altina sempre sentadita à porta.

No entanto deu-se uma mudança, para o Porto…mas vida é feita de mudanças e temos que nos ir adaptando, não é…?

 

Todavia o Porto era uma cidade grande e mudámos para um prédio também de si grande (na verdade, da minha perspetiva da altura pareceu-me gigante…) onde não conhecíamos ninguém, não tinha telemóvel, não havia redes sociais…ainda se escreveu algumas cartas aos amigos mas alguns foram ficando pelo caminho. Dei-me muito mal com esta mudança; a falta de poder andar pela rua e dizer ‘bom dia’ a toda gente (não desfazendo da tremenda simpatia da malta do Norte, atenção); de conhecer os vizinhos que moram mesmo ao nosso lado e a senhora da mercearia de desenrascava 1 Kg de sal mesmo antes de fechar a porta.

Senti falta essencialmente dos amigos, das pessoas, numa fase da vida em que ainda se está a crescer, em que ainda não amadureceste o suficiente para saberes estar bem contigo apenas, em que ainda precisas de pessoas para te afirmares, para te perceberes, para pertenceres...que errado que isso é. Hoje, eu sei isso.

O Porto foi começar toda uma nova vida, tudo de raiz, para toda a família convenhamos (mas eles é que escolheram, portanto …). Mas foi um recomeço de tudo, de rotinas, de amizades, de empregos, de simplesmente estar à vontade na cidade.

 

Lembro-me sempre das grandes mudanças da minha vida, se calhar não são grande coisa comparadas com a história de vida dos meus avós e dos meus pais, mas são as minhas mudanças e impactaram a pessoa que sou hoje. Mudanças de cidade, de faculdade, de casa, de relações, de trabalhos…de facto, a vida é mesmo feita de mudanças, pelo que já devia ser algo natural para nós, mas ainda assim não deixo de ficar com ‘borboletas na barriga’ perante um novo projeto, antes de uma entrevista de emprego, quando vou começar uma nova formação, etc.

Pequenas mudanças, as reações de sempre.

 

Neste momento pondero mudar de trabalho, ainda não sei bem como fazer isso porque parece uma loucura (para qualquer pessoa que esteja de fora parece) porque estou num trabalho estável, permite-me fazer a minha vida, não me posso queixar do que ganho nem do ambiente na empresa mas de facto estes anos permitiram-me perceber que a minha área de formação não me completa. Na altura escolhi o que queria, Gestão de Empresas, ninguém me obrigou e fazia-me total sentido…mas agora que estudei, tentei, experimentei, creio que posso afirmar que não gosto, não me completa, não me satisfaz e gostava de não continuar nesta área.

“Mas e então o que queres tu fazer?”, perguntam vocês. Pois aí é que reside o busílis da questão…não faço ideia, daí me manter no meu porto seguro. Mas tenho vindo a pensar muito nisso e sinto-me, cada vez mais, como peixe fora de água (se é que estou a fazer sentido sequer…).

Nem todos podemos fazer aquilo que sonhamos na vida, mas por vezes temos apenas que nos adaptar e conseguirmos estar melhor mudando a perspetiva das nossas funções e local de trabalho, como já aqui refletimos.

Se tivesse assim um jeito maravilhoso para algo, tipo culinária, já tinha solução e dedicava-me à gastronomia, por exemplo…mas não encontro nenhuma skill escondida dentro de mim que me ajude neste momento de dúvida…continuarei a refletir sobre isto até conseguir chegar a bom porto, espero eu.

mudar de emprego, abraçar novos projetos

Tri, 13.01.21

Mudar de emprego é sempre algo que nos traz um misto de sentimentos; perante o abandonar o conhecido (seja bom ou mau, nós já conhecemos e sabemos com o que contar) face à incerteza que não sabemos se vamos gostar ou não, para que abismo nos vamos mandar.

Somos seres humanos logo gostamos (diria até que precisamos) de ter rotinas, de ter alguma estabilidade (que é algo diferente para cada pessoa) e a mudança traz o receio.

Ainda assim fazemo-lo em muitas situações, e se estamos desmotivados, poucos produtivos e com mau ambiente é perfeitamente compreensível; quando estamos estáveis, bem e com uma boa equipa aí custa-me muito mais a entender.

Estamos a passar por uma dessas situações na minha empresa, um colega meu vai sair.

Ouve-se, como verdade absoluta, que nos dias de hoje já não existem empregos para a vida. Acredito nisso por força da evolução, da nossa evolução pessoal, faz-nos querer saber mais, procurar e experimentar outras coisas; logo as empresas também têm que circular os seus recursos.

Mas o que levou a este paradigma? As empresas passaram a querer ter maior rotatividade de pessoas ou as pessoas passaram a ser mais exigentes, a não se satisfazerem com qualquer coisa e, como tal, não ‘vestirem a camisola’ mas sim andar sempre à procura de melhor?

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O meu colega vai sair. É alguém que faz parte da história, trabalha connosco há mais de 15 anos, para além de um elemento técnico crucial é um excelente elemento humano na equipa.

E perguntam vocês “Mas estava cansado e andava à procura de outra coisa?”, “Não quer um emprego para a vida?”, “Já estava desmotivado?” (estavam a perguntar, não era?). A resposta a todas as questões é Não.

Não queria sair, nem andava a responder a anúncios de emprego. Ao longo do seu percurso foi evoluindo e desenvolvendo novas funções, era desde há um ano gestor de clientes, não estava estagnado. Ainda assim vai sair e eu ainda não consegui processar devidamente essa informação.

Acontece que no nosso setor não há desemprego, pelo contrário há muita falta de mão-obra técnica pois já não se formam novas pessoas nesta área há mais de 6 anos e neste momento só há 2 escolas no país a formar e sem procura. O que significa, que os técnicos do nosso setor são como “os jogadores da bola”, neste momento saltam de empresa para empresa, é ver “quem dá mais” e assim vamos, com as maiores empresas a comprarem técnicos literalmente.

Já nem importa se são muito bons e se sabem fazer alguma coisa de jeito, basta dizerem um número e eles compram-nos. Há técnicos que ganham mais milhares por mês que alguns enfermeiros meus amigos. É a tramada lei da oferta e da procura….

Dito isto, o meu colega não procurou mudar, simplesmente estava sossegado até ser assediado por um desses “grandes clubes” que lhe fizeram a cabeça e o conseguiram convencer … demorou uma semana a decidir-se deixar-nos num momento bem crítico da empresa. Para nós é uma perda impactante, para eles é só mais um número, pois se não fosse esta pessoa iriam ‘comprar’ outra a outro lado.

Dizem que o tempo dos empregos para a vida já acabou…mas e quando os temos, queremos manter? Já acabaram ou nós é que deixámos de os procurar e investir neles?

Hoje temos de estar constantemente no mercado de trabalho a procurar novas oportunidades, seja ao nível de desafios profissionais ou simplesmente pelo aumento das retribuições do trabalho. Mas se conseguirmos ter novos desafios onde estamos, se conseguimos ir sendo aumentados todos os anos, se a nossa equipa de trabalho for boa, porquê mudarmos afinal?

Afinal o que é que é relevante no nosso trabalho, a que é damos valor? Trabalhamos só porque tem que ser pois todos precisamos de dinheiro para viver ou temos um propósito maior?

Eu desejo-lhe toda a sorte, como sempre desejei, é alguém que faz parte da minha vida, já acompanhou muita coisa (afinal de contas é no trabalho que passamos grande parte da nossa vida) mas ainda me custa processar. Se já não estivesse bem e tivesse procurado melhor, eu entendia e aceitava facilmente. Agora estar bem e a integrar novos projetos, cheio de novas ideias e, de repente, ser convencido a mudar … já me custa um bocadinho.

Mas vai passar, eu sei.

Mas se souberem algumas respostas às minhas dúvidas, pode ser que ajude a esclarecer. O que vai nas nossas cabeças é sempre tão diferente de pessoa para pessoa, a forma como olhamos para uma mesma situação com uma perspetiva diferente, as nossas vivencias que nos levam a tomar certa decisões…pode ser que ajude.

Ter ou não ter filhos, eis a questão?

Tri, 25.08.20

Estavam à espera da resposta? Não há, pois está claro. ;)

Se esperam encontrar aqui a resposta aos vossos dilemas existenciais, desenganem-se, apenas quero partilhar convosco as discussões de hora de almoço que tenho tido na empresa.

Agora que temos um papel mais ativo na nossa vida, que podemos escolher o que queremos ser, o que fazer do nosso corpo, da nossa vida, em que queremos trabalhar, se ambicionamos ou não casar, ter filhos e afins, muito se discute sobre a temática…parece que andava tudo entalado!

Durante muitas gerações ter filhos era simplesmente inevitável. Depois do casamento era algo automático e expectável. Hoje em dia, toda gente se questiona (e bem, convenhamos!)

Nestes nossos almoços há defensoras dos dois lados e com os mais diversos argumentos (alguns que não posso deixar de discordar) mas por muito que se discuta não há fórmulas mágicas, nem nenhuma das partes está mais correta que outra, simplesmente temos sonhos e ambições diferentes na vida (nos quais englobamos ter ou não filhos).

(uns fofos para derreter corações)

(uns fofos para derreter corações)

 

a vida muda e nós acompanhamos

Tri, 26.09.18

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 "Por vezes temos que abandonar a vida que tínhamos planeado, pois já não somos aquela pessoa que fez aqueles planos.”

 

A vida muda, assim como os objetivos que tínhamos traçado. E eu acredito que todas essas mudanças trazem aprendizagem e experiência.

 

Não obstante, para mim, que adoro planear e organizar tudo, no início fico um pouco à nora, mas com perseverança tudo se encaixa, simplesmente se adapta. Por vezes, o que estava a ser protelado passa a ser prioridade, o que era prioridade acaba por perder importância.

 

Começamos a capacitar-nos de que alguma coisa tem de ficar pelo caminho, temos de definir prioridades e escolher o essencial para os próximos tempos.

 

E de facto a vida muda tanto, nós crescemos, os nossos gostos e hábitos mudam, a nossa paciência para determinados acontecimentos deixa de existir e a nossa abertura para tantos outros passa a fazer parte de nós. Parece que nos tornamos, aos poucos, num novo ser.

 

Eu estou nessa fase em que preciso de parar e perceber. Perceber quais são, afinal, as minhas prioridades; que decisões devo tomar na minha vida profissional (mudo, não mudo…adapto, como o conseguirei fazer?!); perceber em que projetos a nível pessoal devo investir; perceber como cuidar melhor de mim (se eu não o fizer, quem o vai fazer, certo?!); tirar tempo para mim, simplesmente.

 

Ter também mais e melhor tempo para a escrita …não apenas a escrita neste blog, mas os meus bloquinhos que gosto de ir enchendo com pensamentos. Não escrevo particularmente bem, mas não deixa de me fazer bem…digamos que é uma espécie de terapia (como dizia o do anúncio:” deita cá p’ra fora!”)

 

Acho que este ano foi muito importante para tomar consciência de mim, para investir em mim, para aprender muito e muitas coisas distintas, para ir mudando o meu estilo de vida e acho que 2019 vai ser o meu ano!

Ah e tal, o minimalismo…

Tri, 26.10.17

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 É um conceito que me faz cada vez mais sentido, muito sentido mesmo.

Creio que no fundo, a simplicidade e o viver com verdade foram valores que sempre estiveram presentes na minha vida; mas sinto cada vez mais a necessidade de mudar muitos hábitos de melhorar muita coisa, na minha pessoa e no mundo que me rodeia.

 

Todos os anos (desde que me lembro de ser gente vá) que faço uma vistoria nos armários e gavetas para dar a roupa que já não serve, que já não gosto, enfim, que já não uso. (também só o faço porque tive uma fase consumista muito forte e tenho sempre muita roupa..=/ )

De uma forma geral, tentei sempre ir ‘destralhando’ roupa, sapatos, carteiras…mas no fundo, creio que o fazia pelas razões erradas. Não só pela vontade de dar, a quem de facto fosse usar aquelas peças giras e em bom estado e lhes fosse dar uma nova vida, mas para arranjar mais espaço para as novas peças que pudessem ir ‘habitar’ o meu armário.

 

Tenho assistido a uma mudança nos últimos anos: a minha mudança, a da minha pessoa! E tem sido ótimo!

 

Conheci e explorei livros ótimos que me recomendaram e tenho seguido alguns blogs desta nossa blogosfera que são simplesmente inspiradores, que me fazem acreditar, que me ajudam a perceber muitas coisas, que me fazem ter vontade de efetivamente mudar (não apenas o dizer gostaria de mas de o fazer efetivamente).

 

No fundo, sempre tive um lado minimalista dentro de mim, sempre disse que ‘quando fosse grande’ não ia ter uma casa como a da minha avó, cheia de bibelôs e ‘tralhas’ (as casa das avós são todas assim, verdade!!?) e mesmo a da minha mãe que guarda tudo o que lhe oferecem, gosta de comprar pratos, jarras e toda uma parafernália de artigos de decoração.

 

Não tenho nada contra a quem o faz (até porque as fábricas precisam de vender todos aqueles artigos de Bordalo Pinheiro) mas de facto cada vez me identifico menos. (ainda assim há peças especiais em casa da avó/mãe que são ótimas para surripiar)

 

O conceito de minimalismo está de facto na moda, mas é uma moda tão positiva e que nos pode trazer tantas coisas benéficas que creio que todos os que se identificam devem mesmo aderir.