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Estou só a dizer coisas ...

um espaço para a reflexão e partilha ...

Estou só a dizer coisas ...

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reflexão #151

Tri, 05.03.24

"Teme o silêncio: o silêncio em tempos de guerra não equivale a paz, mas a morte, ou antecipação. Os dias que se seguem às noites de silêncio são geralmente chacinas."

by Joana Bértholo

in "Diálogos para o Fim do Mundo"

parabéns a mim, a nós

Tri, 29.02.24

Aluada como sou, deixei passar, novamente, o aniversário desta chafarica sem me aperceber. (ainda vou a tempo de comer um bolinho de celebração, não? Vá lá, um bolinho não se nega a ninguém e foi só dia 7 de fevereiro)

É verdade, já se passaram sete anos desde o dia em que decidi escrever o 1º post neste blog. Se sabia que ia durar tanto tempo? Jamais. Se achava que ia ser mais fácil? Claro que sim! Se alguma vez pensei em desistir? Tantas vezes. Se achava que ia ter leitores? Esperava que sim, mas achava que não. (por alguma coisa é que isto também é anónimo, nunca se sabe quem está a ler, certo?!)

Mas se me perguntam se vale a pena o esforço, é um redondo sim. Porque não é um esforço na medida em que não me imponho a estar presente, naturalmente vou aparecendo sempre que a vida o permite e a alma quer desabafar. Este cantinho é simplesmente o meu bloco de notas, só que partilhado convosco e, para mim, isso é perfeito.

sister-wishes.jpg

Não dei pelo tempo passar, mas sinto-me satisfeita por ainda não ter desistido deste blog (sim, tenho que vos admitir…este não é o primeiro da minha vida), sinto que este exercício de escrita mais recorrente me tem feito bem e me tem ajudado a melhorar a capacidade de comunicação e de escrita. (só um pouco vá, também não precisam de ser assim tão exigentes!)

Ao navegar nesta nostalgia apercebi-me de que nem me lembro de qual foi o meu primeiro texto neste blog (também com a minha memória de peixinho, isto não é uma admiração), mas ao averiguar e reler constato, com algo pesar, que o sinto muito atual, que me revejo ainda nas palavras escritas...tantos anos volvidos e a nossa sociedade não está muito melhor, a fome ainda muito presente. Por curiosidade, aqui fica.

Este blog tornou-se um projeto muito interessante, desde logo porque me permitiu conhecer e explorar esta comunidade existente no sapo; para além de todas as coisas incríveis que aprendi e descobri ao longo destes anos navegando por tantos blogs que me cativam, este espaço também me permite falar do que me apetece, com mais ou menos interesse.

Enquanto fizer sentido, para mim e para vocês, espero que este blog continue por aqui, a crescer, a ajudar à reflexão, ao desabafo, à parvoíce simplesmente.

Obrigada a vocês por estarem desse lado, por se interessarem, por partilharem também os vossos pensamentos nos cantinhos que leio.

"A princesa que corria mais rápido"

Tri, 28.02.24

Se há coisa que mais me deixa feliz é poder sentir orgulho de quem me rodeia, é conseguir ficar feliz pelas conquistas e sucessos das minhas pessoas.

Confesso que em adolescente, tive fases de sentir inveja de alguns coelgas (isto fica para outras conversas, não sejam cuscos vá) mas a magia da vida é esta evolução, o crescimento que todos passamos, é o percecionarmos que não somos aos 25 a mesma pessoa que eramos aos 18 e que aos 30 também já somos e pensamos de forma diferente, e por aí adiante.

Com este crescimento vem a capacidade de sermos felizes pelo que nos rodeia, por tudo aquilo que não é nosso, mas que nos enche o coração.

Quando falamos sobre felicidade, costumamos recordar pessoas e situações, congelando um sorriso estampado no rosto que cremos que é extensível a quem nos está a ouvir. Mas nem sempre é.

Quantas vezes, partilharam notícias felizes para vocês e não viram o sorriso surgir no rosto do ouvinte? "Vou casar", "Mudei de emprego e estou muito realizada", "Estou grávida" ou, simplesmente, "Estou feliz e a vida corre-me bem."

A felicidade incomoda. (reflexão para outra altura, fica a nota)

Mas hoje eu tenho o sorriso estampado no rosto, sinto-me verdadeiramente feliz por uma grande amiga minha que foi, novamente, mãe e está a reencontrar-se e a fazer coisas que a completam e lhe fazem bem. Que orgulho ver os projetos dos nossos amigos nascerem e ganharem asas.

Escreveu um singelo livro infantil, embuida pelo espirito da maternidade e pelo amor que a rodeia, gostaria que o mundo fosse um local melhor para as suas crias e espera que esta história possa ajudar a contribuir para tal, ajudar a explicar o feminismo às crianças, ajudar a mudar consciências.

Assim, se tiverem crianças, deixo-vos a sugestão do livro "A princesa que corria mais rápido".

A princesa que corria mais rápido

Espero que desfrutem tanto como eu.  Boas leituras!

os equílibrios da vida

Tri, 24.02.24

Comecei o Ano Novo a quebrar hábitos. Deixei de me deitar à meia noite para passar a deitar um pouco mais cedo (15 min vá, mas já é alguma coisa), deixei de comer pão (confesso que nunca fui grande fã e o glúten deixa-me inchada), deixei de comer açucares processados (não, não é uma tristeza, as frutas secas são super doces), comecei a tentar seguir uma série na Netflix (não prometo acabar, mas estou a tentar … mas sinto sempre um “olhar” acusatório dos livros que me espreitam da estante).

Numa altura em que se quer acrescentar, fazer mais, mais tarefas, resoluções e objetivos eu decidi começar fazendo menos e diferente, e definindo metas curtas que me permitam chegar às minhas resoluções.

Não sei quanto a vocês, mas é fácil olhar para as pessoas à minha volta e pensar, quem me dera acordar tão cedo/ter energia para ir ao ginásio logo de manhã/nunca encomendar comida/ser sempre positiva/ler mais – todos os hábitos que se dizem bons, transformadores e saudáveis.

No entanto, nunca pensamos que, para ter essa parte, teríamos de ter o resto também porque a vida é feita de equilíbrios sempre.  Para haver o sol tem que existir a noite, para sentirmos que algo foi bom temos que conhecer o mau, para sabermos que estamos cheios de energia temos que nos reconhecer sem ela, etc. 

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Confesso que quando era mais nova, por vezes sentia inveja das pessoas, não tanto do que tinham (que não sou muito agarrada a bens materiais) mas mais do que faziam, dos hobbies que tinham, das viagens que conseguiam explorar. Mas, felizmente, fui crescendo e vi-me livre de tudo isso percebendo que tal só te traz infelicidade e não muda em nada a tua vida. O que muda são as decisões que tomas, são os riscos que corres.

Mas, por algum motivo, à minha volta, vejo que todos correm atrás do lado rosa da vida, do pote no fim do arco-íris quando, na verdade, a vida é feita do todo, dos dias coloridos e dos cinzentos…não podemos querer comer apenas a parte de cima dos muffins (sim, todos sabemos que aquele creme é a melhoooor parte!)

Hoje o dia foi cinzento, tristonho como o tempo (que nos ameaça trazer a Primavera cedo de mais, para logo a seguir nos brindar com o Inverno tal como ele é) mas amanhã é um novo dia e eu acredito que vou acordar com mais energia, com mais vontade, com soluções até, quem sabe. Mas quero sempre recordar que a vida é feita do bom e do mau, da cor e do cinzento e é nos equilíbrios que crescemos, que aprendemos.

E eu sou muito grata pela vida que tenho, por todas as vezes que já bati com a cabeça na parede, por todos os erros que já cometi, por todas as aprendizagens, por ser quem sou hoje, por ter as minhas pessoas à minha volta e, acima de tudo, por continuar a investir em descobrir mais, em melhorar e crescer.

Espero que a vossa vida, esteja repleta de todas as cores.

as 24 horas não são iguais para toda gente

Tri, 21.02.24

Do ponto de vista científico, sem dúvida que todos nós temos as mesmas 24 horas, isso é incontestável. Mas, do ponto de vista social e económico, as coisas não são assim tão simples.

Creio que todos conseguimos concordar que é completamente diferente alguém de classe média, que tem o seu negócio, por vezes até consegue trabalhar a partir de casa, tem uma empregada doméstica que auxilia nas tarefas de casa 2x por semana e ainda a ajuda dos sogros para ir levar e buscar os miúdos à escola; de alguém que ganha o salário mínimo, que se desloca de transportes públicos demorando, todos os dias, 1h40 para chegar ao trabalho e é responsável por todas as tarefas domésticas, por exemplo.

Ao ler este pequeno descritivo, conseguimos perceber que, claro que o dia de ambas dura 24h, mas não dispõem ambas das mesmas 24h para lutar pelos seus sonhos e objetivos, para cuidarem de si, correto?

Então vamos começar a deixar de lado este discurso motivacional de que todos temos pela frente um novo dia para fazer acontecer, para ser diferente, para impactar, porque, por vezes, não é simplesmente possível. Todos temos um novo dia, é certo, para fazer o melhor que podemos, para sermos gratos pelo que temos porque o futuro pode ser ainda mais brilhante, mas não podemos querer que todos usemos as 24h do dia da mesma forma “produtiva” que a sociedade definiu.

É fundamental reconhecer que as circunstâncias de vida de cada indivíduo podem influenciar significativamente a forma como as 24 horas do dia são distribuídas e utilizadas, apesar de uma gestão de tempo eficaz poder auxiliar e facilitar. Os exemplos acima demonstram que nem todos têm as mesmas oportunidades e recursos para gerir o seu tempo da mesma maneira, seja por falta de condições, de recursos, de apoio, de acesso a certos serviços, etc.

No entanto, tal não significa que seja impossível para alguém numa situação mais desfavorável conseguir fazer uma gestão eficaz do tempo e das suas prioridades, ainda que com desafios maiores e mais exigentes.

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Devemos dar sempre o nosso melhor, sim. Demos aproveitar as oportunidades que a vida nos dá, sim. Devemos perceber que na dificuldade, por vezes, há o crescimento. Devemos aprender e aplicar ferramentas que nos permitam a organização e o foco naquilo que queremos mesmo e assim ter a sensação de controlo do nosso tempo.

O que não podemos é sair frustrados devido à comparação com outras vidas com as quais não podemos comparar; que só mostram aquilo que interessa, e nunca o lado cinzento, que só nos rebaixam, ainda que inconscientemente, porque não conseguimos fazer tanto como eles, não conseguimos ser tão organizados, tão produtivos e o nosso dia parece que não dá para nada, no entanto, nas vidas que vemos os dias são enormes, têm certamente mais de 24h para conseguirem fazer tanta coisa…

Nas comparações só vemos os resultados, não o trabalho e esforço daquela pessoa, o que está por detrás; aquela pessoa não somos nós e os resultados em nós, do mesmo esforço, não dariam a mesma coisa. Comparar só causa ansiedade.

Vamos viver a vida, o melhor que conseguimos e sabemos e, de preferência, vamos aprendendo pelo caminho; assim vivemos cada vez melhor.

e se fossem .... ver se chove?!

Tri, 06.02.24

Ora no alto do meu livre-arbitrio, da minha capacidade e possibilidade de escolha, da minha liberdade de expressão, pela qual os meus antepassados lutaram (e da qual deveriamos estar gratos e lutar para a preservar) faço deste meu cantinho o que entender.

É um bloco de notas sem norte? Sim, talvez.

Tem pensamentos soltos? A maioria das vezes.

Por vezes, consegue ter temas que interessam a mais alguém que não apenas a pessoa que os escreveu? Parece que sim, de vez em quando acontece.

Mas resumindo e esclarecendo, este espaço é meu e faço dele o que entender. Acho que conseguimos estar todos de acordo nisso, não?!

Não sou escritora, nem ambiciono tal, pelo que aqui não se encontram textos de uma qualidade invejável. Este humildade espaço pretende ser apenas aquilo a que se propôs, ser um espaço para dizer coisas, desabafos e pensamentos, um diário público que vê mais a luz do dia do que o bloco da gaveta.

Ora, se nada do que aqui é partilhado interessa, então façam como eu, usem da vossa liberdade e livre-arbitrio para escolherem outro blog para ler e deixarem este em paz.

O que não podem é querer que aqui se fale dos temas que vocês querem, aqueles que vocês acham pertinentes e que toda a sociedade deveria focar e dissecar. Isso, fazem no vosso espaço para quem quiser ler.

Aqui eu ainda escrevo o que me apetecer, seja um tema profundo, leve, sem grande sumo, polémico ou um desabafo altamente pessoal. Se tiver quem leia, partilhe opiniões e ideias tanto melhor.

Mas se estão incomodados, caros anónimos rancorosos desta blogosfera, façam um favor a todos e vão ... ver se chove.